quinta-feira, 1 de julho de 2010

BOM DIA PESSOAL...


(IMAGEM RETIRADA DA WEB)





 Olá meus compinchas…quer dizer…não estou a ver ninguém. Estou a escrever para o boneco, está de ver. Hoje é o primeiro dia de Julho, logo, naturalmente, abriu oficialmente a caça ao bronze e à “pestanada” às “mamoilas” na praia. Se quer que lhe diga…faz você muito bem. Ora…a vida é uma passagem, para quê andarmos todos os dias a morrer um “poucochinho”por causa da “estupurada” crise. Porra! Se a gente a conhecesse, e ela fosse uma gaja boa –sim, porque é feminina, lá isso ninguém contesta-, e tivesse assim umas “prateleiras” –estou a fazer o gesto com as mãos em concha, não sei se me entende- bem abonadas, onde uma pessoa pudesse pendurar o tronco a secar das mágoas e lavar a alma de todas as intempéries, ainda vá lá. Mas, se calhar, pela forma como é descrita, a malvada destruidora de lares e de alegrias, estou mesmo a ver que deve ser assim parecida com uma velha que eu conheço –a menina Lurdinhas, que ainda é virgem, e é seca de carnes e de afectos como o raio da vida que Deus lhe deu. Portanto, estou de acordo consigo, camarada –espero que o presidente da Assembleia Municipal de Coimbra não ouça, caso contrário lá vou para o seu Índex como comunista-, vamos mas é gozar a nossa existência e já agora –já que não se pode mais nada- vamos comer com os olhos aquela morenaça que está ali ao lado –não sei se está a vê-la? É aquela que está a pôr o creme devagar, devagarinho…ora olhe! Até se ouve o ruído do líquido a roçar aquela pele sedosa e aveludada…está a ouvir? Homem, deixe-se de merdices, a dona Efigénia, a sua cara-metade, não está prestar atenção, está a ler a revista Nova Gente –olhe só de soslaio- está ver a foto daquele artista de cinema…(ai!...como é que ele chama?). Olhe só de relance. Você não percebe destas coisas, mas eu percebo. Aposto que, mentalmente, está a fazer medições com o homem da foto e a amostra que está lá em casa, que é você, obviamente. E faz ela muito bem! Você, ao estar permanentemente a olhar para o material que está exposto aí na praia, não faz a mesma coisa? Você é que pensa…que ela não pensa. Mas pensa sim, homem…e muito! Bem sei que as coisas já não são o que eram. E depois uma pessoa andar sempre a comer os mesmos refogados também chateia, mesmo sendo bem confeccionados como são. É um problema, é ou não é? Pois é…”tanta gaja boa por aí”, não é o que você está a pensar? Calma! Limite-se a ver…sem se estender ao comprido. Não acredite em amor à primeira vista. Vale mais continuar a roer os “coiratos” da dona Efigénia. Pelo menos você sabe que ainda são mais ou menos sinceros. E essa “pilantra” boa que está ao seu lado, a atirar-se a si descaradamente para provocar, quer é nota…vá por mim, que já sou mais velho que a torre da Universidade. Lembre-se que a beleza tem duas faces: a interior e a exterior. Esta, como pingos de chuva em deserto árido, desaparece num abrir e fechar de olhos. Pelo contrário, a interior permanece vitaliciamente. Ainda que sujeita a algumas alterações temporais a formosura mantêm-se. E saberá o amigo qual é a melhor forma de avaliação? Olhe, é estar numa praia, onde o “top-less” impera, e olharmos para uma velhinha de oitenta anos com as mamocas caídas que mais parecem carne seca pendurada no fumeiro. Acredite, é uma boa experiência visual para nos mostrar que tudo é efémero e ilusório.
Olhe, vou deixá-lo, continua a olhar para a gaja boa, e estou eu para aqui a escrever para o Saramago, que está lá nos anjinhos, e, tal como você, não liga nada ao meu esforço. Olhe, fique bem, e como dizia o saudoso Solnado: “faça o favor de ser feliz!”

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