sábado, 10 de abril de 2010

O JANTAR REIVINDICATIVO DOS COMERCIANTES






Cerca das 20H30 a mesa em U do bonito restaurante Jardim da Manga, preparada para receber 60 pessoas –faltaram 3-, começou a ser ocupada pelos homens do comércio.
Enquanto se ensaiava no “couvert”, a conversa fluía. Embora as notas fossem em dó maior, assim do tipo “eu sou do tempo em que na Rua dos Sapateiros se andava em fila indiana”, para preparar o grande concerto que se avizinhava, cada um, afinando a voz, queixava-se dos problemas que afligem a Baixa. Referiam a falta de estacionamento, as lojas chinesas, a insegurança, a falta de pessoas a circular durante o dia e à noite, a falta das montras iluminadas durante a noite, etc.  Para disfarçar o nervosismo, individualmente, procuravam fazer-se ouvir nas suas razões.
De vez em quando, como ovos mal cheirosos lançados ao acaso, surgia a frase: “a câmara está ao serviço do “Grande Capital”! Mais ao lado, dizia outro, “a retirada do trânsito da Baixa foi a sua morte!”. Outro ainda, e sem referir nomes, conta que um blusão numa loja de chineses custa 7,50 euros, umas calças de ganga 3,50 euros. Com estes preços alguma vez se pode ganhar dinheiro? Isto é a morte do comércio tradicional!”.
Diz outro ainda: “a China ainda só agora está começar. Ainda estamos no princípio da invasão dos seus produtos na economia global. Eu estive na China várias vezes ao longo destes 25 anos. Conheço quase tudo! Um dia, estava lá, e vi fuzilar 537 chineses, inclusive um chefe de polícia.
Há 15 anos disse-me uma funcionária governamental: o mundo ocidental deve preparar-se para a invasão chinesa. Nós temos 1/5 da população mundial e temos de os alimentar todos os dias!”.
Dos cerca de 56 comerciantes presentes, estiveram os mais velhos da praça e ainda a trabalharem nas suas lojas: o Quirino, da sapataria Trinitá, o senhor Carvalho, da Loja das Meias, e o senhor Manuel Mendes. O que levou este último a referir com graça, que ele e o Carvalho somavam 160 anos.
A perfazer a soma de 57 esteve Carlos Clemente, enquanto presidente da Junta de São Bartolomeu. O presidente da junta de Santa Cruz, senhor Pinto, embora convidado, não compareceu.
Veio a sopa, o conduto e, como por milagre, todas as reivindicações se apagaram. Evidentemente que era uma pausa para afiar as espadas.
A batalha verbal, como quem diz, os argumentos lançados no muro das lamentações, começou às 21H45.
Abre a sessão o Dr. Martins da ACIC. “Não há soluções milagrosas para o comércio, a ACIC está empenhada em encontrar soluções”, enfatiza.

Segue-se Paulo Mendes, presidente da Associação Comercial e Industrial de Coimbra (ACIC). “É com todo o gosto que temos aqui mais de 50 pessoas. Todo o comércio está em crise. Estamos aqui para um debate. Estamos aqui para procurar soluções.
O comércio está em crise há 20 anos, desde a implementação das grandes superfícies. A principal razão é porque não se vende. E não se vende porque não há quem compre. Há excesso de oferta de estabelecimentos comerciais. Quatro grandes grupos económicos dominam o comércio nacional. Há concorrência desleal –pelos horários, que os comerciantes de rua não podem competir, e pela política de saldos e promoções. A maioria dos produtos transaccionados nas grandes superfícies é produzida nas economias emergentes.
Os jornalistas são culpados na divulgação dos assaltos na Baixa. Isso aumenta o sentimento de insegurança…têm uma atracção pelo Centro Histórico. Não sei porquê!” –explanou Paulo Mendes, presidente da ACIC.
Seguiu-se Armindo Gaspar, presidente da APBC, Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra. “Lamento que os comerciantes não se envolvam nos projectos da APBC. O que nos move, e que fique sublinhado, é que a Baixa renasça da apatia em que se encontra. Gostaria de fazer mais, mas não temos meios. Trabalhamos em prol de um objectivo comum: a Baixa”.
Seguiu-se Carlos Clemente, presidente da junta de freguesia de São Bartolomeu. “Sou autarca. O melhor para resolver os problemas do comércio é passar pela comunicação social. Só assim é que a autarquia os resolve.
Estou à vontade, já disse ao presidente da câmara que não tenho filhos para empregar na autarquia. É confrangedor ver as montras às escuras. 60% dos estabelecimentos tem as montras apagadas.
A ACIC é representante dos comerciantes. A APBC existe, e foi criada, para promover o comércio da Baixa.
Só deveriam ser licenciadas gratuitamente as esplanadas dos cafés que estivessem abertos até ás 22/23 horas. Deve haver actividades culturais permanentemente na Baixa.
Desiludam-se as pessoas que pensam que as câmaras de videovigilância resolvem o problema da insegurança na Baixa. Sem policiamento de proximidade acessório os assaltos irão continuar”, declara Carlos Clemente.
Entretanto tomei a palavra, mas como resumidamente disse o que escrevi aqui, não há necessidade de repetir.
Seguiu-se a intervenção de Arménio Henriques, presidente do sector comercial da ACIC, no sentido de apelar a participação dos presentes.
O senhor Carvalho, da loja das Meias, afirmou que o edifício Chiado, para além do centenário que se realiza dentro de dias e durante todo o ano, está constantemente vazio. É uma pena!”. Enfatiza.
Manuel Mendes, dos estabelecimentos com o mesmo nome, foi mais inclusivo em relação ao Chiado: “o centenário é extremamente importante para o comércio da Baixa. É publicidade gratuita!”.
Respondeu Armindo Gaspar ao senhor Carvalho: “não houve convite para estarmos presentes no centenário do Chiado”.
Seguiu-se a intervenção do senhor Custódio, dos Estabelecimentos Fetal: “uma Baixa de pulgas…como veio no jornal…não pode ser! Foi um erro crasso tirar os automóveis do centro histórico. O problema de todas as Baixas é a falta de movimento. Tem de haver iniciativas para recuperar o movimento desta zona da cidade. Em Cádiz, que conheço bem, passam automóveis em ruas com 1,5 metros de largura”.
Complementou José Alberto, da Festinoivos: afastaram também os transportes públicos do centro da cidade”.
Volta à carga o senhor Custódio: “se eu fosse extraterrestre, e aterrasse na Baixa, diria que isto é um caos!
Porque não foi a câmara convidada? Está a ser tratada com “paninhos quentes”. A autarquia só serve para mandar multar!”.
Pede a palavra Mário Silva, comerciante da Baixa e ex-presidente da ACIC: “o problema existe porque não há consumidores. Afinal, até agora, não há soluções apresentadas. Ou se vai contra acorrente institucional, uma vez que a via institucional não funciona, ou então desaparecemos todos.
Porque é que não se pode estacionar na Baixa, se é permitido estacionar dentro do Pátio da Universidade?
A minha experiência nos centros comerciais não foi muito benéfica. Se calhar é melhor lutar pela Baixa com as armas que temos”.
Seguiu-se João Braga, dos estabelecimentos Zig-Zag: “a falta de carros na Baixa tem contribuído para a desertificação do Centro Histórico. Tenho dúvida que o Metro de Superfície seja a solução. É triste não estar ninguém da Câmara para nos ouvir. Basicamente, sem carros não há cidade para ninguém!”.
Miguel Vasconcelos, da Peixaria Pinguim, com a voz embargada, disse: vou sair da Baixa em Maio. Saio com mágoa! –e fez uma pausa para limpar os olhos. Enterrei lá os meus melhores anos. Já paguei 125 mil euros em 9 anos ao meu senhorio. Eu tenho culpa porque aceitei, mas nesse tempo eu ganhava para tudo, até para a minha vida. Agora não consigo ganhar para a renda.
É preciso combater a mendicidade na Baixa. Ainda ontem apanhei uma multa de 30 euros da Polícia Municipal em frente ao meu estabelecimento. Fui descarregar. Demorei um pouco mais…pumba! Ouve um acuso.
O fim da Estação-Nova vai ser catastrófico para a Baixa. É mais um problema que é preciso resolver”.
Arménio Henriques: o Tribunal ficou neste lado devido ao nosso esforço, da ACIC. As pessoas não nos ouvem. Estamos fartos de ir à câmara, à Assembleia da República –o curioso é que a grande maioria dos pais dos deputados até eram comerciantes, mas nem assim!”.
Seguiu-se a Dona Ermelinda, da Sapataria Trinitá: “onde estão os cinemas? A Baixa precisa muito deles!
Se não temos dinheiro para ter as montras acesas como é que o podemos fazer? A câmara que ilumine as ruas. Isso é da sua responsabilidade!”.
Somos a única cidade que não tem trânsito a passar nas ruas. Vão a Évora e vejam as ruas estreitas a serem frequentadas pelos carros. Para além disso são bem iluminadas. Os nossos candeeiros são uma vergonha. Sujos, feios e com luz difusa. A câmara é que tem de fazer alguma coisa.
E a nós, quem nos acode? Os agricultores têm subsídios para tudo, é para o demasiado Sol na eira ou a excessiva chuva no “nabal”. O meu marido tem 60 anos de actividade comercial. Isso vale-lhe de alguma coisa?".
Em jeito de conclusão, perguntei ao José Alberto o que achou do debate. Respondeu: foi positivo, mas não chega para resolver os problemas da Baixa. Fiquei um pouco frustrado. Esperava mais. Não trouxe nada de novo. O que foi apresentado já eu sabia…já estou farto de ouvir isto! Os verdadeiros problemas ficam por resolver. Provavelmente não se conseguirão mesmo solucionar!”
E o senhor Rogério, das Modas Lancelote, o que pensa deste debate, interrogo: “pareceu-me que foram aqui faladas muitas coisas que apontei há 4 anos. Foi o que vi aqui ser discutido agora. Foram discutidas coisas importantes, mas falta força para serem implementadas. Esperava mais!".
A sessão terminou com um apelo do senhor Custódio, dos estabelecimentos Fetal: Não desistam! Exijam à câmara. Exijam mesmo, porque vale a pena lutar pelo Centro Histórico.
Dentro de 10 anos teremos aqui um novo conceito de comércio. Isto vai ser o futuro!”

3 comentários:

Anónimo disse...

«Infelizmente, é com muita tristeza minha que encaro a situação da Baixinha de Coimbra e do centro histórico da nossa cidade, praticamente ao abandono, e a degradar-se mais a cada dia que passa.
A diminuição da população nas últimas décadas na Freguesia de São Bartolomeu é um dado assente.
É uma população envelhecida e maioritariamente carenciada, que não possui rendimentos suficientes para reabilitar os edifícios. Não irão ser os condomínios privados que se constroem nas periferias que vão combater a desertificação. É necessário aproveitar as infra-estruturas já existentes, para assim podermos remodelar e dar vida nova ao centro histórico da cidade. Urge dar a conhecer a todos os cidadãos de Coimbra, que o seu centro histórico irá continuar a ser entregue ao abandono, com o encerramento e a deslocação diária de estabelecimentos comerciais para as grandes superfícies. Não me espantaria nada, que dentro de alguns poucos anos, os serviços camarários, mudem para um novo edifício administrativo, com enormes custos mensais à autarquia e consequentemente aos munícipes, em nome de uma politica de proximidade.
Qual será o futuro dos pequenos comerciantes que ainda vão resistindo pelo centro histórico?
É por tudo isto que existe a obrigação de apostar nas obras de conservação e no cada vez maior mercado de arrendamento dos edifícios do centro histórico.
É urgente utilizar todos os mecanismos possíveis para a recuperação urbana do centro histórico de Coimbra. É necessário trazer os jovens de novo para o centro histórico, e para isso há que criar residências universitárias, recuperar os prédios do centro histórico e disponibiliza-los para fogos de habitação jovem. Desenvolver um programa de habitação jovem nos núcleos de formação histórica. Alguns dos edifícios do centro histórico são de grande dimensão, como T4 ou T5 ou até alguns T6, o que permite a sua reconversão, aumentando o número de casas disponíveis.
Desta forma, cada fogo pode permitir construir pelo menos 3 novas casas, requalificando e transformando-se, em grande parte, em casas mais pequenas, de maior interesse para os jovens.

Jorge Neves
Vogal do Bloco Esquerda
Freguesia São Bartolomeu
*Nasci, briquei,estudei,cresci nas ruas da Baixa e ainda hoje mantanho a minha residencia.

Anónimo disse...

O que penso e defendo para a Baixa,não medidas pontuais, mas sim a medio e longo prazo, que envolva tudo e todos.
Neste projecto cada pessoa (residente, comerciante, estudante e visitante) tem o seu papel, a sua importância, a sua identidade e a sua responsabilidade.
Apostamos numa troca de ideias constante, numa energia infinita, na promoção do que temos de melhor para oferecer; na actualização e aquisição de conhecimentos; na realização de actividades que demonstrem o quanto a nossa freguesia é unida e energética.

Dinamização Centro Histórico

Recuperação do centro histórico como espaço habitacional de excelência de estudantes e famílias jovens, animação cultural primando pela qualidade e diversidade do espaço de lazer devidamente enquadrado com os habitantes, através;

•Revitalização do espaço central de comércio e serviços da cidade
•Residência para Estudantes Universitários
•Reorganização do estacionamento nas zonas estratégicas da baixa
•Concurso de amostra de sopas
•Concurso inter ruas com prémio monetário, para a rua que no decorrer do ano apresente maior empenho e criatividade a nível de montras de comércio e arranjos florais nas janelas (regulamento a entregar a todos moradores e comerciantes da freguesia)

Segurança

•Pintar fachadas prédios incluindo os degradados
•Reforço vigilância nocturna (através protocolo entre a Junta Freguesia – Comerciantes -Empresa de Segurança Privada
•Alterar zona de espera de pais e encarregados de educação e alunos da EB1 São Bartolomeu
•Implementação de uma Comissão de representantes de comercio da Junta Freguesia
•Acabar com barreiras arquitectónicas que impedem deficientes motores e visuais e idosos no seu dia a dia
Gabinete de Intervenção Social – Projecto “ Acredite em si”

Parceria com Forças de Segurança, APAV, Linha Nacional de Emergência Social, Cozinha Económica entre outros, para dotar os residentes e comerciantes de competências teóricas e técnicas de intervenção e mobiliza-las nos recursos existentes para que promovam mudanças nos relacionamentos interpessoais e sua inserção/ fortalecimento da rede social de apoio familiar e comunitário, através da distribuição de um Manual de Intervenção e realização de Workshops sobre temas específicos;
•Decisão e Resolução de Problemas
•Violência Domestica
•Promoção de exercício de cidadania
•Apoio ao reforço da qualidade de vida da população idosa "aprisionada" (aprox. 30% unifamilares - mulheres idosas sozinhas) através criação do Clube do Idoso em parceria com uma Instituição
•Passeios e visitas para reformados e carenciados da Freguesia
•Organização da Festa de Natal
•Organização das tradicionais festas dos Santos Populares e do Dia dos Avós
•Apoio e acompanhamento psicossocial
•Equipa voluntariado para apoio a idosos, jovens e sem abrigo
•Numero telefone grátis para atendimento em situação de risco imediato

Centro Estudo

•Funcionamento em regime de voluntariado com alunos da Universidade de Coimbra
•Espaço Internet e centro de cópias e impressão a preços reduzidos
•Implementação de Biblioteca, através de recolha de livros e manuais escolares usados
•Orientação e encaminhamento a jovens

Desporto

•Protocolo com Fundação Miguel Escobar – Desporto Social, para parceria de equipa de futsal camadas jovens
•Organização de torneios inter – ruas e inter- freguesias de jogos tradicionais
•Passeios pela cidade, motivando o exercício físico e combatendo o isolamento

Centro de assistência domiciliário em regime de voluntariado

•Para pequenas reparações em electricidade, canalização, acompanhamento ao medico, entrega de compras, companhia para lanchar e arranjo/corte de cabelo entre outras necessidades.

Grupo de reflexão sobre questões da Baixa

•Grupo de moradores, comerciantes e elementos da Junta Freguesia que reunirá uma vez por mês para reflectir e discutir problemas e possíveis soluções para a baixa de Coimbra, que serão encaminhados para os órgãos com competência.

Anónimo disse...

Um Novo Centro para Outra Coimbra
Bairro Velho, Rumos Novos

Vivemos uma grave situação de abandono residencial, comercial, social e cultural do centro histórico da nossa cidade.

Às políticas de habitação e de especulação imobiliária das gestões camarárias das últimas décadas, soma-se a promoção de lógicas comportamentais de consumo que apenas agudizam os problemas, contribuindo para situações graves de exclusão social e degradação do património edificado e cultural, assim como do tecido comercial resistente.

Aqui e ali encontramos intervenções pontuais positivas mas desarticuladas de qualquer estratégia global de reabilitação do centro histórico.
Trata-se de intervenções desligadas das pessoas - residentes, comerciantes, trabalhadores, visitantes, instituições de apoio, promotores culturais - numa lógica burocrática/administrativa que poderíamos descrever como a utilização de paliativos para tratamento de problemas sérios.

Estamos perante uma realidade irrefutável e muito grave mas com a qual não nos conformamos ou resignamos!

Aos residentes deverão ser providas condições para uma vida de qualidade, com condições que favoreçam a fixação de famílias jovens e estudantes. As intervenções de reabilitação urbana deverão privilegiar tipologias e acessibilidades adequadas às diferentes necessidades dos residentes e visitantes do centro histórico.
Nestes tempos de crise, é crítico o apoio à criação de espaços que promovam o convívio inter-geracional e ofereçam aos trabalhadores e residentes alternativas para a difícil gestão da sua vida familiar e profissional.

O centro histórico pode e deve ser um centro vivo da cidade, onde os residentes de diferentes gerações coabitem harmoniosamente com espaços de cultura e lazer diversos e inclusivos, que funcionarão como pólo de atracção permanente para todos os habitantes da região.

O centro histórico deverá prestar condições físicas e logísticas às múltiplas associações culturais que vão nascendo na região, salvaguardando a promoção de intervenções diversas, com e para os residentes e visitantes, contribuindo para o orgulho da cidade num centro histórico efectivamente vivo. A crescente realidade multicultural do centro histórico é um factor de valorização acrescido e deverá ser potenciada.

Os idosos, deficientes e excluídos sociais deverão poder aceder a redes solidárias que, articulando voluntariado e IPSS, ofereçam efectiva e duradoura resposta aos seus problemas. A concentração das IPSS no centro histórico deverá facilitar o seu exercício e promover a sua articulação no sentido de se lançarem projectos de apoio inovadores e pluridisciplinares que extravasem em definitivo a mera prestação de cuidados caritativos.

A revitalização do comércio depende, essencialmente, da capacidade dos comerciantes em se coordenarem para oferecerem alternativas de qualidade aos hábitos de consumo massificados. Uma alternativa passa pela articulação com espaços de lazer e restauração diversos, complementando com iniciativas culturais regulares com e para os visitantes – -conviver em espaços de qualidade ambiental, social e cultural.
Um conjunto de iniciativas existentes - mercadinho do quebra-costas, noite branca e feiras temáticas, …- são exemplos de sucesso que criam novos hábitos de utilização do centro histórico para diferentes actividades lúdicas, culturais e de consumo.
Os objectivos que atrás definimos precisam de passos corajosos, decididos e ambiciosos mas é com o contributo de todos, através do envolvimento e apresentação de propostas, que se conseguirá uma efectiva reabilitação e revitalização do centro histórico para este se tornar um local de referência para a qualidade de vida na cidade.