sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

FURTARAM O MENINO JESUS-OUTRA VEZ?





Segundo o Diário de Coimbra de hoje, “A manjedoura e o Menino Jesus, do presépio do escultor Cabral Antunes exposto na Praça 8 de Maio, foram furtados na noite de quarta-feira para ontem. Mário Nunes, vereador do pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Coimbra, está indignado com o sucedido (…)”.
Vamos por partes. A primeira é que este furto (mais um) praticado agora é um escândalo. Lembro que há cerca de cinco anos este presépio de grandes dimensões da autoria de Cabral Antunes foi mandado restaurar pelo pelouro da Cultura e custou ao erário público vários milhares de euros.
A segunda, é que, salvo erro, não houve nenhum ano que não foi furtado o Menino. Logo aqui saltam duas premissas: a negligência e o descurar da segurança da coisa pública. A negligência, porque se todos os anos o menino é furtado porque razão o “casebre” em vez de ser em madeira não é em chapa e com uma grade em ferro à frente, como mandaria o bom senso? O escandaloso descurar da segurança, porque não podemos esquecer que este presépio está a 50 metros da 2ª Esquadra da PSP. Não é por nada, mas este furto parece uma brincadeira, como se alguém quisesse testar a completa inoperância da Polícia de Segurança Pública em policiar a noite do centro histórico.
O que transparece aqui é o “deixa-arder que meu pai é bombeiro” e, quanto a mim, Mário Nunes, o vereador da Cultura, politicamente, é, mais uma vez, o responsável por este furto.
Depois, ainda salta à vista outro pormenor: será tão difícil à PSP encontrar um Menino e uma manjedoura que pesam mais de 50 quilos? O que se passa com esta polícia? Onde param as brigadas à civil? Segundo sei, em Coimbra, por norma, durante a noite, há apenas um agente de serviço a partir das 20 horas, quando, para efeitos de prevenção, seria lógico estas brigadas trabalharem 24 horas sobre 24 horas. Talvez este esvaziar de competências, ou falta de meios, explique o facto dos anteriores furtos não terem sido descobertos.
Há muito que o escrevo aqui, e afirmei-o em sede própria, na cara do senhor Governador Civil e do senhor Comandante da PSP, a Baixa está entregue ao “Deus-dará” e só não há mais assaltos porque, se calhar, perante esta extrema facilidade, aos energúmenos até chateia este leque de escolha variada. Ou seja, perante a fartura a vontade até diminui. Até os ladrões gostam de dificuldades…

Sem comentários: