VAI CAIR UMA BOMBA NA AUTARQUIA

 Como se sabe as televisões privadas, agora, estão a recorrer a programas de parapsicologia. Para quem é cliente deste blogue sabe que já há muito que andamos a passear por vidas passadas. De tal modo que até temos um correspondente no “outro mundo”, o “Espírito do Carvalho” –por acaso, como nos últimos tempos não se passa nada cá na aldeola, nem nós lá vamos (ao outro mundo) chatear quem lá está, nem o nosso correspondente tem dado sinais de si. Isto para dizer –a começar, só a começar- que quer a SIC, quer a TVI, é mais que certo que vieram roubar a ideia  cá à casa. Mas não disseram nada. Aliás, como é costume. Eles são como os políticos só o que sai da sua cabeça é que é bom… por isso é que andam sempre no gamanço intelectual.

Então, estava eu hoje descansadinho a ver umas revistas pornográficas, a relembrar tempos passados, quando –ai que saudades!-, perante uma perna boa ou um decote mais ousado, o meu “vigilante” imediatamente se punha em sentido e agora, venha lá a melhor gaja do mundo, mesmo toda nua, e parece que está sempre a dormir. A sério! Eu seja ceguinho, às vezes até dou por mim, a olhar lá para baixo e a interrogar: “estás aí? Morreste?” –não sei se estou a ser claro, mas isto é tudo de modas. Só agora deram conta que estão falecer muitos velhinhos abandonados, e então corre tudo em socorro dos que ainda restam. Agora imaginem quando descobrirem as imensas mortes da “alma” dos velhotes. Ai “Jasus”!, nem quero pensar! Vai ser catastrófico. Sim, porque até aqui, como estamos num país de fingidores, ainda ninguém –dos homens, é claro- se deu conta que “aquilo” funciona muito mal ou já deixou mesmo de trabalhar há muito. Mas a bazófia faz-de-conta, no fundo acaba por servir de almofada para a miséria que por aí vai e está tudo encoberto.

Dizia eu então que estava a ver umas gajas boas “c’mo caraças” quando de repente vi o cortinado a mexer mais que o Filipe Menezes em Gaia e vi logo que por ali andava o nosso correspondente paras as coisas mediúnicas, o “Espírito do Carvalho”. Apaguei a luz, assim para o “luzco-fusco”, e aproximei-me da mesa de pé-de-galo, que está sempre pronta para estas ocasiões.

-Estás aí, ó “Carvalho”? –interroguei assim com uma voz grossa, não fosse o gajo pensar que tenho algum receio.

-(um uivar sibilino como o vento das trovas que passam)… estou… estou sim! –responde o nosso correspondente numa voz melosa que, de repente, até pensei que podia ser alguma gaja daquelas da revista que estivera a ver.

-Tens notícias, “Carvalho”?

-Tenho sim! E grandes!

-Calculo que sejam. Há tanto tempo que não dás sinal de vida… ou de morte… sei lá! –disse eu para dar uma aparência descontraída.

-Conta lá! Vá! Estás a deixar-me curioso. Não me digas que me vais dizer que o Escudo vai substituir o Euro no nosso miserável universo fiduciário?

-Nada disso. Eu não ligo a questões monetárias. No meu mundo o dinheiro não serve para nada.

-Pois! Lá isso é verdade?! Mas conta lá, carago!

-Quero dizer-te que nos próximos dias vai cair uma bomba na Câmara Municipal de Coimbra…

-O quê?! Ó pá, e dizes isso com essa calma toda? Desbobina, porra!

-Não posso adiantar mais nada. Só te digo que não vai ficar pedra sobre pedra. Vai soçobrar tudo. Executivo… oposição… tudo…

-Ó pá, fosca-se! Até me estás a deixar assustado! Tem paciência, mas tens de me contar tudo… sei lá!, pode ser que eu possa avisar alguém. Sabes que sempre tive vocação para herói…

-Não posso dizer mais nada…

-Porra! Ó “Carvalho”, tu conheces-me, carago! Sabes que, apesar de ter feito muitas asneiras nesta vida, até nem sou mau rapaz de todo. Tens de me contar…

-Não posso…

-Ó pá! Se é uma questão de “Pai-nossos”… só dizes quantos queres que eu, apesar de ser ateu, até rezo. Sei lá! Confesso que já não me lembro muito bem do “Credo” e da “Salvé Rainha”, mas, se quiseres, mesmo assim oro o que sair.

-Não posso…

-Ó pá! Não te faças caro comigo. Que diabo… (desculpa lá!, que até me saiu)…

Se estás renitente por eu não ir à missa, conta lá que eu passo a ir todos os domingos com a patroa…

-Não posso…

Tchi! Estás mesmo difícil, ó égua!... (desculpa lá outra vez, que me escapuliu!)…

E umas velinhas? Não vai?

-Não posso dizer mais nada…

E apagou-se. Feneceu-se da mesma forma que se tinha vindo. Ora porra! Fiquei na mesma. Mas isto é coisa grave, lá isso é! Mas não posso fazer nada… pronto! Tenho de esperar para a semana e ver o que acontece.