segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

O CARNAVAL DO TEMPO QUE PASSA

(IMAGEM DA WEB)


 Esta não atribuição de tolerância de ponto para a terça-feira de Carnaval como deve ser entendida? Bem, mal, assim assim, ou talvez outra coisa qualquer?
Na minha opinião, antes de formular sentenças, deveremos analisar esta decisão sobre três vertentes: a do Governo, a dos municípios envolvidos tradicionalmente nos corsos carnavalescos e a do público em geral.
Começando pelo Governo, sendo isento, olhando para a questão, sobre o seu modo de agir no discurso de contenção, estará certa esta não concessão, mas... (este “mas” fica em suspenso). Ou seja, por uma questão de razoabilidade e coerência não faria sentido, por um lado, tentar suprimir feriados como o 5 de Outubro e o 1º de Dezembro e depois, por outro, vir conceder a tolerância na terça-feira… que implicaria, para muitos funcionários públicos não trabalhar também na segunda-feira.
Vendo pela óptica dos municípios envolvidos em grandes projectos, como é o caso da Mealhada –cito esta cidade apenas como exemplo- é uma medida perfeitamente arbitrária e que vai para além da boa-fé que deve existir entre todo o histórico de permissão de gozo do dia, com mais de 50 anos e o Governo. Isto é, mesmo à luz da contenção e relançamento do Produto Interno Bruto, não é admissível que depois de contratos assinados de milhares de euros, a poucas horas da celebração, venha o Governo cortar uma tradição de décadas. É no mínimo uma facada nas costas de quem tanto se esforça por elevar a sua terra e chamar forasteiros para engrandecer o turismo local.
Sob a óptica do público em geral este corte abrupto com o costume não é entendível. Estou convencido que a maioria estará contra e considerá-la-á de populista e até de um tiro no próprio pé do Governo. Numa altura em que as pessoas precisam de esquecer os rombos que têm sentido na sua força anímica, e que se encontra em farrapos e cada vez mais debilitada, numa posição musculada e insensível à vontade popular, vem Passos Coelho mostrar que se está a marimbar para o lado consuetudinário do povo.
Em resumo, e depois de tentar espelhar o que estará por detrás de cada ente –o povo, a opinião pública, em abstracto, obviamente-, creio que se o Primeiro-ministro não voltar atrás –que a meu ver se o fizesse seria mais digno do que o contrário, em manter- os estragos serão tremendos para o trabalho que o Governo está a fazer –concorde-se ou não com ele, isso é irrelevante. Estou em crer que é uma decisão que ultrapassa tudo, mexe na matriz do nosso povo porque lhe falta a sustentabilidade do justo, e cujos estragos só serão contabilizáveis a médio prazo. Era bom, muito bom, que prevalecesse o bom senso. E o bom pensar é tolerar novamente este ano, como sempre se fez e para não causar dano a quem se endividou porque não foi avisado, e ditar regras para o ano e seguintes.


2 comentários:

Jorge Neves disse...

Não concordo mas aceito o fim da Tolerância de ponto na terça-feira de Carnaval mas a vigorar no prómino ano.
Mas estou para ver se a Assembleia da Republica vai estar a funcionar normalmente ou se vão fazer como no ano passado na semana do Natal onnde não deram tolerencia de ponto aos funcionários publicos mas os Deputados tiveram sete dias de férias.

Anónimo disse...

"Pão e circo para o povo"

estamos sem pão, agora acabam com o circo....
" é preciso avisar toda a gente"
"
"Traz um amigo tb..."

Acredito que os portugueses saberão reagir a todas estas afrontas ao nosso povo"