(IMAGENS RECOLHIDAS HOJE, AO MEIO-DIA)
Faz-me uma tremenda impressão como é que num tempo em que escasseiam os recursos não se aproveita tudo até à exaustão. No caso presente vou escrever sobre turismo. Já todos sabemos que Coimbra é “cidade da saúde”, do “conhecimento”, da “cultura” e até “cidade museu”. Até aqui, como se deve calcular, está certo, mas, por exemplo, porque não é também denominada “cidade do lixo”? Pois, aí é que bate! Não faz sentido. Temos tudo para o ser, repare-se, por exemplo, na Baixa ao Domingo é ver as pessoas de máquina em riste a tirarem fotografias aos montes artísticos de montureira a céu aberto. É lindo de mais para contar aqui. Ver os restos de carne, num mix perfeito, entre feijão-frade, salada mista e puré de batata espalhados pela calçada. Isto é arte popular. Então a pergunta surge naturalmente, porque não trabalha a Empresa Municipal de Coimbra (TC) um slogan assim como este: “a Baixa tem mais encanto, com lixo é um espanto.”
Tenho de confessar a minha incredulidade perante esta omissão da TC. Com o reclame turístico, poderia juntar mais uma frase, como assim: “venha a Coimbra passear e traga consigo os seus animais a pastar”. Por momentos, imaginemos as vacas sagradas a passear em Nova Deli, na Índia. Ora aqui não se poderia fazer a mesma coisa e trazer o cão, o gato e até o porco? Para já, no mínimo, perante a comunidade internacional da protecção dos animais, ficávamos muito bem vistos. Isto a nível político era uma no cravo e outra na ferradura. Não andam por aí, pelo mundo inteiro, a dizerem que temos cerca de 25 por cento de pobres? E, nomeadamente aqui nesta zona antiga temos cerca de três centenas de sem-abrigo? E que importa isso, ao lado de mostrarmos ao planeta que somos os melhores a cuidar dos animais? –Não sei se lembram aquela de Bruxelas querer multar Portugal pelo mal-estar das galinhas. Só por aqui já se vê que estou no bom caminho e tenho razão.
E ainda escrevo mais, agora para a Câmara Municipal de Coimbra, já que o povo na sua imensa sabedoria, não ocupa os contentores do Bota-abaixo, junto à Loja do Cidadão, e prefere continuar a espalhar a cultura de lixo, que é um luxo mal-aproveitado, pelas ruas deveria a autarquia mandar remover aquilo. Se não servem, para que estão ali? Por acaso, até já se me varria, a colocação daquelas maquinetas recentemente implantadas no Centro Histórico, com sacos pretos para colocar lixo, são um espectáculo. É chato é que vai contra a cultura do povo, naturalmente que não servem para nada.
E ainda mais, já que não recolhem os excrementos ao fim-de-semana na Baixa, e perante o pólo de atracção que está a constituir, acho que deveriam alargar e pensar em fazer o mesmo durante a semana. Já se imaginou aquele “smel” maravilhoso? Já que se acabaram com os cheiros da patanisca e da bifana, ao menos poderiam substitui-los pelo odor a estrume, carago!
Com franqueza, eu não dava um bom vereador do turismo? E muito mais barato do que o actual –que não me leve a mal, pela sua mãezinha, o senhor é muito bom, só que ainda não tinha visto isto. Pronto! Acontece. Mas se precisar de um assessor, já sabe…
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