LEIA AQUI O DESPERTAR DESTA SEMANA
Para além do "Centenário Salgueiro's dos Chapéus", deixo também um texto de reflexão que escrevi e a coluna "Rapidinhas"
REFLEXÃO: OS IDOSOS QUE IREMOS SER
Esta semana, por volta das 21h00 de um destes dias e numa destas artérias estreitas, uma senhora já com alguma idade avançada interpelou-me na rua mergulhada em aflição. Trazia um papel na mão com um número de telefone e um nome. A vizinha do andar de baixo, de 90 anos de idade, que vivia sozinha, tinha caído dentro da sua própria casa e não se conseguia levantar para abrir a porta. Segundo a minha interlocutora, do lado de fora já lhe conseguira falar, mas como não tinha chave –porque, sendo ela muito desconfiada, disse, nunca aceitou-, não conseguia socorrê-la. Já tinha ligado ao filho da confinante, que a visita todos os dias, mas ele não atendia. O que é que se haveria de fazer? Interrogava numa grande angústia. Chamou-se a PSP, que, perante a porta inacessível, só poderia recorrer aos bombeiros. Foi então que, em face de umas quantas mais insistências, o filho atendeu e lá foi auxiliar a familiar. Felizmente não era nada de grave e tudo correu pelo melhor.
Este caso, que por acaso até teve um final feliz, poderia ter tido um desfecho menos bom. Naquele prédio de rés-do-chão comercial e três andares superiores habitados –coisa rara o edifício estar todo ocupado- vivem três idosos sozinhos, cada um em sua casa. Porque falei com dois, exceptuando a acidentada, deu para ver que, dentro das suas diminuídas forças, se amparavam uns aos outros. Deu para entender também que preferem morrer na sua casinha remediada sozinhos do que no melhor lar do mundo acompanhados. Ora, em constatação, dá para reflectir que é preciso respeitar o seu legítimo desejo e criar mecanismos electrónicos de alerta de socorro, precisamente para prevenir acidentes. É natural que cada um de nós pense que os idosos, pelo facto de o serem, têm de aceitar as nossas regras de internamento num qualquer abrigo para velhos, mas esta regra não será também uma outra forma de violência?
RAPIDINHAS
* Esta semana, uma vintena de comerciantes da Baixa foi à reunião do executivo municipal reivindicar mais atenção para esta zona da cidade, que, numa extensão do que se passa a nível nacional, se encontra anémica e com casos de miséria encoberta entre os profissionais de comércio. Foi ainda pugnado o cumprimento de uma promessa feita pela edilidade, em 2002, em que esta, em compensação pela aprovação do fórum Coimbra, se comprometeu a criar a “Casa do Comerciante”. Pelo presidente, Barbosa de Melo, foi dito e exarado em acta que iria cumprir a deliberação do seu antecessor.
* Abriu esta semana, nas antigas instalações do Saul Morgado, o BE Coimbra. Trata-se um projecto polivalente, com várias valências divididas entre fado, tradições académicas e venda de produtos relacionados, que muito vem engrandecer o Centro Histórico. Aberto todos os dias, o BE Coimbra, poderá constituir o motor de arranque que tanto se deseja para esta zona nobre da cidade.
* Como já nos habituou no ano passado, este ano a APBC, Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra, neste 14 de Fevereiro, Dia dos Namorados, bisou e espalhou romantismo e beijinhos por esta Baixa nos últimos tempos tão solitária. Os trovadores do amor, em serenatas de enleio, foram a Cristina Ferreira, no violino, e o João Torres à viola.
Sem comentários:
Enviar um comentário