sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

"CROMOS" QUE CONHECI



Neste filme, retirado do YouTube e rodado por volta de finais da década de 1970, podem ver-se o Daniel "Tatonas", o "Taxeira", Raul dos Reis Carvalheira, e o "Fernandão", o Fernando Cardoso.
Curiosamente, a todos conheci bem. O "Tatonas" e o "Taxeira" andavam sempre pela Praça da República em volta dos estudantes como abelha em torno do pólen de uma flor. O segundo, o "Taxeira", para além de andar sempre a cravar uma moeda, com a expressão "ó sócio, dá-me uma moeda" -tratava sempre todos por tu-, vendeu também jornais, como o Sete, o Pónei e a República, a Capital, o Popular e o Diário de Lisboa. Foi de todos os "castiços" que passou por nós o mais peculiar. De tal modo, para que se saiba, que até tem o seu nome perpetuado numa rua da cidade -creio que ali para os lados de São Romão.
O "Fernandão", encadernador e que morava na Rua José Falcão, no prédio do "Pratas", era uma figura imponente. Alto, muito alto, quase sempre a falar sozinho, de ar intelectual, a sua imagem metia medo a quem não o conhecesse. Todas estas pessoas desapareceram do nosso mundo dos vivos por volta de finais de 1980. O "Fernandão", creio, foi o último.
Aparece também no filme um senhor que tomava conta do campo de Santa Cruz e dos equipamentos da Académica. Salvo erro, chamava-se Freixo.
Hoje, na cidade, há outros "figurões" como estes. Quer se queira quer não, estes personagens são importantes para a urbe. No fundo, é graças a eles que as ruas se tornam mais humanas -no sentido de que eles são imunes à formatação e à mudança. É graças à sua forma de estar ou falar que toda a envolvência à nossa volta é menos corriqueira. Digamos que, apesar de às vezes serem um bocado "melgas", são um corte com a rotina do quotidiano.

Deixo aqui o texto que acompanha este filme no YouTube: "Ó sócio, olhó Popular. Hoje traz um filme comigo, o famoso Táxeira, mais o Tatonas, mais o Cardoso (encadernador). O Edgar Canelas (hoje na Antena 1), já ao tempo treinava entrevistas difíceis.
Quem segura a placa que anuncia o fim deste vibrante filme é o malogrado Hipólito.
Filmado em 8mm. A câmara pertencia ao FAOJ, que funcionava onde hoje se encontra a Universidade Aberta. Idos de 1978, 1979, mais ano menos década...

Visite-nos em www.mediatico.com.pt, www.youtube.com/mediapolisxxi e em www.youtube.com/fotographarte



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"O VELHO TEATRO AVENIDA"

1 comentário:

JPG disse...

Grandes memórias...

Já agora, a partir dos 5' e 10'', aparece o malogrado Sr Freixo (pai do Gregório) e roupeiro da Académica no Campo Stª Cruz.

Um castiço que tinha sempre uma palavra amiga para os rapazolas que lá jogávamos nos escalões juvenis.

Bom fim-de-semana!