(IMAGEM DA WEB)
Faz hoje 9 anos que o mundo, tal como o conhecíamos até aí, forte robusto, tremeu. A destruição das torres gémeas foi mais do que dois grandes edifícios que ruíram; foi o amor-próprio de uma nação, os Estados Unidos, que se julgava uma potência bélica acima de todos e imune a qualquer ataque suicida, que foi abalada.
Para além disso, a meu ver, foi o princípio da queda do Capitalismo. Se o desmoronar do muro de Berlim, em 9 de Novembro de 1989, simbolizou o início do tombo do Comunismo enquanto sistema efectivo e prático de sociedade –não enquanto ideal de uma sociedade mais justa-, os escombros das duas torres marcou o princípio do fim do Capitalismo selvagem, tal como o conhecemos até agora.
Este ataque suicida, no coração de uma América garbosa e musculada, veio mostrar ao mundo que ninguém terá defesa perante uma ideologia fanática. Quando alguém, em defesa de uma tese, está disposto a abdicar da própria vida, todos estamos vulneráveis e à sua mercê.
Evidentemente que sob o ponto de vista de um povo europeu arreigado a direitos humanos, e a costumes diferentes, aquele ataque foi e deve ser condenado a todos os níveis. Porém, sob uma visão mais localizada e de análise, onde os costumes pararam no tempo, onde a religião é o alimento espiritual mais importante de um povo, e onde o Médio-Oriente continua a ser um laboratório de guerras desencadeadas pelos Estados Unidos –basta sermos justos e atentarmos no que se transformou a invasão do Iraque- para tomarmos aquela barbárie como algo que, para além das mortes de inocentes que provocou, se transformou num marco, um epitáfio, que nos deve fazer parar para pensar a todos os ocidentais.
Não é apenas necessário discordarmos do atentado para concluirmos que o sistema capitalista em que o globo se move está errado. O que tem produzido são mais pobres contra uma fatia ínfima de muitos ricos. Evidentemente que não excluo a própria classe dirigente, em que vivem no luxo, dos países árabes. As classes de topo do Continente africano, da Ásia, que contra uma massa de dirigidos, a viverem na pobreza quase extrema, assimetricamente nada têm.
O sistema económico em que coabitamos, ainda que na essência do livre mercado esteja certo para um Continente, passando à universalidade, à globalização, com uma mão-de-obra paga em cêntimos nas extremidades, está errada. Conduz à destruição pura e simples de um cosmo comercial e industrial nacional. Enriquece uma minoria contra o empobrecimento da maioria. Basta lembrarmos, apenas para servir de exemplo, a Marinha grande, que foi o maior pólo vidreiro do país, e que hoje está exangue economicamente. É preciso ser economista com doutoramento em Harvard para constatar esta verdade? E porque é que os ditos homens da ciência económica não admitem isto? Claro que a argumentação, perante o claudicar contínuo de empresas nacionais, é sempre a mesma: “não souberam modernizar-se e acompanhar o progresso! É preciso exportar…exportar!”. Apetece é fazer um manguito a esta cambada de imbecis!
Estou convencido que nos tempos futuros a sociedade saberá encontrar um sistema mais justo para todos. Não uma sociedade sem classes, nem um neoliberalismo selvagem como o que vivemos, mas uma classe de sociedade onde todos possam trabalhar e lhes seja atribuído um justo ressarcimento.
1 comentário:
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