quinta-feira, 23 de setembro de 2010

SANTA CRUZ AO RUBRO...

(IMAGEM DA WEB)











 Amanhã à noite, quando o rei de Portugal que um dia foi estiver para entrar na primeira soneca, o Café Santa Cruz vai transformar-se numa caixa de emoções. Vai ser uma festa de arromba. Segundo Vítor Marques, o gerente do sítio mais emblemático da Baixa de Coimbra, “o objectivo é mostrar o café de uma forma nua, como nunca foi visto até agora. Normalmente quem entra neste ancestral templo de tertúlia, ao longo das últimas décadas, encontra-o sempre com o mesmo mobiliário e, sem o querer, acaba por não se aperceber que o espaço tem vitrais lindíssimos, colunas e frisos no tecto espectaculares.
Em suma, com este evento, procuramos que todo a área interior e envolvente, a própria Praça 8 de Maio –olhe ali o prédio da ourivesaria Góis…já viu a beleza daqueles azulejos “Art Déco”?-, através de um jogo de luzes e som revivalista dos anos de1980 nos surja e encante de modo nunca visto até agora. Queremos que o património ressalte aos olhos do visitante numa grandeza arquitectónica de conjunto, mas também mostrar a todos que partindo do passado, aproveitando todas as suas valências, com novas ideias em casamento com a arte, poderemos chegar ao futuro”, enfatiza Marques.
E diga-me, senhor Vítor, porquê um público-alvo cujas memórias assentam na década de 1980? Quererá dizer que, nesta festa, procura melómanos com 40/50 anos? Interrogo.
-Ora bem, esta vai ser a primeira –e se correr bem, como esperamos, outras surgirão-, mas começámos pela década de 1980 –realmente é a que apanha a faixa etária dessa idade que referiu-, porque entendo que é uma fase da vida em que as pessoas estarão mais atentas aos pormenores que as rodeiam…entende? Os filhos já estão mais crescidos e, de certo modo, já ultrapassaram aquela etapa das preocupações que normalmente atravessam os casais mais novos. Dão mais valor ao sentimento, à sensibilidade, aos gestos aos sons. Se por um lado têm um “background” empírico – um fundo de observador atento-, por outro são mais críticos. Nós procuramos essa massa crítica para aprender…está a entender?
-Devo depreender que vocês, a inovar, aprendendo com a experiência, estão à procura de algo mais para o futuro?
-Exactamente! Nós queremos ser parceiros activos, contribuintes, de uma revitalização para o Centro Histórico. Por que não dizer, assente numa Baixa de ontem, com toda a sua carga de memória, mas que queremos transformar hoje, aproveitando o melhor que ela nos dá, para ser excelente amanhã em todas as suas valências.
-E a quem cabe a responsabilidade da produção do espectáculo de amanhã…a vocês?
-ah…ah…ah…(risos). Não meu amigo. De hotelaria nós percebemos, de espectáculos cénicos não. Então entregámos o projecto a uma empresa credenciada neste tipo de eventos.
-Vai ficar caro?
-Sim um pouco, mas, quando corremos por gosto, quase que nem se olha aos custos.
Então, conte-me, senhor Vítor, destape lá um pouco a panela. Como quem diz, diga lá em que moldes é que o espectáculo se vai desenvolver?
- Bom, como deve calcular, não convém avançar muito…o factor surpresa é muito importante…entende? Mas posso adiantar-lhe que a festa assentará sobre três itens: Decoração; iluminação e som.
-É pá, já estou a ver que isto vai ser uma pedrada no charco…
-Estamos a fazer tudo para que seja. Aliás, naturalmente que o Café Santa Cruz será o mais interessado em que seja algo de novo como nunca se fez até agora, aqui no estabelecimento. Sabe que o fim-de-semana passado foi o extraordinário êxito da “Noite Branca”, este é o que intermedeia com o próximo do U2…está a ver?
Queremos que, acima de tudo, as pessoas venham à Baixa, e já que estão cá…venham ao Santa Cruz.
-Já agora, para terminar, por acaso não me arranja um convite?
-Olhe desculpe, mas só temos um, e está guardado para o “Olho de Lince”…não leve a mal…
-Não…nada…que remédio!

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