A notícia, em jeito de rectângulo de necrologia, estava ali fria e dura no Diário de Coimbra da passada Segunda-feira: a Olinda Sequeira Barbeiro morreu!
A Olinda morreu nova, quase menina, se entendermos que a vida está cada vez mais a prolongar-se para além de um século. A Olinda deveria ter à volta de cinquenta anos. Ou seja, desapareceu deste mundo com metade da existência a que todos almejamos. Ao que sei, estava doente já há muito tempo. Também era certo que há muito tempo, muito mesmo, que a não via. Nunca mais soube nada dela. Estranhamente, tantas vezes, embora percamos o contacto com amigos, partimos sempre do princípio de que estarão bem, e nem sempre é assim. Não o foi com a Olinda.
Foi em meados da década de 1970, éramos ambos uns adolescentes, quando esta rapariga foi trabalhar para as ex-Galerias Coimbra, ali, junto à Praça do Comércio, fazendo companhia à irmã Edite, a mim e a mais de 30 colegas. Lembro-me muito bem da Olinda, trabalhámos muitos anos juntos. Nunca foi uma pessoa muito alegre. Foi sempre algo tímida, mas boa colega. Que me lembre, não consigo recordar um qualquer desatino com ela.
Agora, repentinamente pelo menos para mim, a Olinda partiu sem avisar. Um dia, não se sabe quando, todos iremos. Inevitavelmente é um caminho que todos iremos percorrer. A vida não pára. A morte não poupa ninguém. Sejamos boas pessoas, sejamos más, sejamos assim, assim. É o cumprir de calendário. É o ciclo existencial de tudo o que nos rodeia: nascimento, vida e morte.
Para a família, para o seu marido, para os seus filhos, para a Edite, o que lhes peço é que tenham paciência neste momento de dor. Mesmo que os amigos queiram repartir o seu sofrimento nunca o conseguirão. Só quem sofre sente, só quem ama sofre.
Um grande abraço de solidariedade a todos nesta hora difícil.
Os meus sentidos pêsames.
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