(A PRIMEIRA FOTO, DE CIMA, É DO DC)
É Sábado, dia 7 de Agosto. São 8,30 da manhã. Leio os dois jornais diários da cidade, “As Beiras” e o “Diário de Coimbra” (DC). Uma notícia comum aos dois vespertinos me chama atenção: “Ponte-açude já está acessível pela Casa do Sal só para ligeiros”. Com uma diferença: o DC escreve que o tabuleiro já abriu ao trânsito ontem, Sexta-feira, à noite, As Beiras noticiam que o trânsito só fluirá a partir de logo à noite.
Lembro que no dia 15 de Julho, abruptamente, alegando o mau estado de um pilar de suporte de um dos tabuleiros do IC2, a concessionária das estradas, Estradas de Portugal (EP), encerrou o acesso à auto-estrada e zonas limítrofes de Taveiro. Foi declarado um prazo de 45 dias para o arranjo do pilar.
Segundo o DC de hoje, “A Estradas de Portugal decidiu encerrar aquela via na madrugada de 15 de Julho pela “constatação da inesperada evolução de patologias do pilar PB4 do viaduto de acesso norte/sul à Ponte-Açude”.
Ora, perante as notícias de hoje, no abrir ao trânsito o acesso, seremos levados a intuir que as ditas “patologias do pilar PB4, já foram rectificadas. Só assim se entende que um diagnóstico precoce elaborado em 15 de Julho, invocando grandes preocupações, e chamando a si o princípio da segurança no encerramento total de todo o tráfego automóvel.
Antes de continuar, como ressalva de valores, afirmo que, embora já fizesse algumas obras de construção civil, não percebo nada de engenharia. Porém, garanto também que embora não seja cozinheiro, sei muito bem apreciar um bom pitéu gastronómico. Ou seja: os olhos não comem sopa!
Depois desta ressalva, tenho de dizer que escrevi, aqui, na altura que, diante dos rasgos no pilar, sem sombra de dúvidas, estaríamos perante um absurdo excesso de zelo dos técnicos.
Aparentemente, quem leu o que escrevi aqui no blogue, e transcrevi no DC, certamente, pensou: “este tipo não está bom da cabeça!”.
O problema é que, passados 20 dias estou muito pior. Continuo a afirmar com veemência que os técnicos da EP se excederam no diagnóstico do pilar e na precaução subsequente. E porque faço tais afirmações? Porque hoje de manhã desloquei-me junto ao pilar –onde não se encontrava ninguém- e fotografei as obras. Constata-se que não só o pilar não está ainda revestido com cimento, como, pior, está mais fragilizado, porque foi retirada toda a cobertura de betume. É certo que todo o tabuleiro superior está agora escorado (conforme se pode ver nas fotos). Mas uma pergunta surge: este serviço não poderia ter sido feito sem interromper o trânsito automóvel? E mais uma: se o pilar está gora mais fragilizado, embora com os suportes do tabuleiro, porque pode agora fluir o tráfego e não antes?
Quanto a mim, para escorar o tabuleiro central, picar o pilar, retirando o cimento com virose, acrescentar novos ferros de sustentação e fazer o enchimento na nova cofragem, para fazer isto, não teria sido necessária esta interrupção.
É evidente que, perante estas dúvidas, nunca obteremos respostas. E mesmo que as obtivéssemos continuariam a subsistir dúvidas.
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