terça-feira, 6 de abril de 2010

UMA MORTE INESPERADA



O Luís Miguel é um deficiente mental que vagueia pelas vielas e becos da Baixa. Noutros tempos era uma pessoa pacífica. Progressivamente foi-se tornando agressivo. Na semana passada, de Quarta para Quinta-feira, agrediu várias pessoas, inclusive um agente da PSP. O senhor Carvalho, comerciante com estabelecimento de frutas na Rua da Gala, mostrando-me uma perna toda negra, em consequência da agressão, e a coxear, vai-me dizendo: “isto é um problema! Está cada vez mais violento. Agrediu ali aquela senhora do cabo da rua –diz, apontando a loja-, depois veio o polícia e fez-lhe um grande lenho no lábio, a seguir, dirigindo-se a mim, como lhe costumo dar 50 cêntimos, até pensei que me vinha pedir uma moeda. Sem que eu contasse, manda-me um grande pontapé, olhe, nem lhe conto como fiquei. Aterrei logo!”, enfatiza.
 Segundo se consta por aqui, infelizmente para a senhora e agora para o filho, também de Sexta para Sábado, subitamente, no Bairro do Ingote, onde morava, faleceu a mãe deste rapaz, o Luís Miguel, de que falo em cima. Um problema que as autoridades terão de resolver rapidamente. Ao que parece, e segundo se constava, era a senhora, agora extinta, que, recebendo uma reforma do Estado por causa de um acidente que o tornou inapto psiquicamente no serviço militar, tomava conta deste rapaz.
A ser verdade, à família enlutada, os sentidos pêsames.

2 comentários:

Anónimo disse...

Olá Luis,

Onfelizmente esse é um problema que não atinge só voces, deparamo-nos com a mesma situação conflitante, os dois únicos hospitais que tinhamos para abrigar esses deserdados da sorte foram sumariamente cerrados, sob a alegação que o melhor lugar para recuperar o doente é o lar. Agora te pergunto: como cuidar dessas pessoas sem conhecimentos especializados? só se o doparmos 24 horas, o que é inumano também.
Pobre moço, órfão de mãe e da sociedade.
Beijos

LUIS FERNANDES disse...

Pois é Nilza, é verdade. É extremamente confituante apreciar o problema. Embora, um bocadinho, inclino-me que o Estado, para poupar, desembaraçando-se deles, alega que é para os reinserir na sociedade. Tenho algumas dúvidas desta tão grande boa-vontade.
Não sabia que aí no Brasil também era assim. Pelos vistos, este problema é transversal ao mundo.
Um grande abraço, Nilza, do tamanho do oceano.