quinta-feira, 1 de outubro de 2009

MAIA SECO ALMOÇOU COM OS COMERCIANTES (2)





O restaurante Paço do Conde, na Baixa da cidade, é já uma espécie de catedral pantagruélica ao serviço dos candidatos à Câmara de Coimbra.
Talvez pela sua posição privilegiada, bem no coração do fervilhar do centro histórico, a verdade é que desde há várias décadas que todos os candidatos em campanha eleitoral, quando querem falar com os comerciantes, passam ali a sua mensagem.
Depois de Pina Prata há dias, hoje calhou a vez de Álvaro Maia Seco, concorrente à autarquia de Coimbra pelo Partido Socialista, ali tomar o pulso aos operadores do comércio. Com uma sala praticamente repleta de comerciantes, empregados e outros simpatizantes –o repasto foi oferecido- o candidato foi interpelado por Armindo Gaspar, presidente da Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra (APBC) e Arménio Pratas, presidente do sector comercial da ACIC, Associação Comercial e Industrial de Coimbra.
Em jeito de apelo, começou por intervir Armindo Gaspar dizendo que “se não se fizer alguma coisa, uma intervenção muito forte, os comerciantes não têm condições de subsistir -claro que é preciso que haja boa vontade por parte dos comerciantes, abrindo ao Sábado, mudando os horários, e sobretudo comparticipando no esforço que alguns de nós faz, por amor à camisola”, perorou o presidente da APBC.
Continuou Armindo a interrogar o candidato do PS, “é preciso intervir na mendicidade; na venda ambulante; na segurança; na limpeza das ruas; é preciso criar uma “via-verde” para o comércio, para que tudo seja tratado com celeridade; há necessidade de articulação de todas as entidades, não pode continuar cada serviço a decidir à revelia de outros, às vezes a serem marcados eventos para o mesmo dia e para a mesma hora”, questionou Armindo Gaspar.
Arménio Pratas, dirigindo-se a Álvaro Seco, começou por salientar que estava ali como comerciante e não como dirigente associativo. Depois passou às interrogações: “qual a posição em relação às grandes áreas comerciais? E, por exemplo, o Mercado Municipal, que é a loja-âncora da Baixa? E em relação aos toldos? Posso contar-lhe um caso da Rua da Sofia de um comerciante que foi à Câmara Municipal para pedir licenciamento para um toldo. Deslocou-se uma engenheira ao estabelecimento e, perante a fachada da loja, disse que queria “assim, assado e cozido” e o comerciante tudo fez, instalou o toldo e foi à autarquia. Foi atendido por outra técnica, que, perante o trabalho apresentado, disse textualmente: “eu não gosto disto!”. De pouco valeu ao comerciante argumentar que o que tinha sido feito tinha sido sob a vontade da engenheira “tal”. Responde esta nova técnica: “essa senhora já não trabalha cá. Portanto quem manda sou eu!”, contou Arménio Pratas no almoço.
Continua o presidente do sector de comércio da ACIC, “se for eleito, vai ter coragem para dizer aos técnicos camarários “quem manda sou eu?”. É que, neste momento, na autarquia, quem manda são os técnicos. Qual a sua posição em relação à gestão dos parques empresariais? E o trânsito na Baixa?”, interrogações de Arménio Pratas.
Responde Álvaro Seco aos dois representantes do comércio: “podem contar comigo, com toda a frontalidade; com grande exigência. Não contem comigo com demasiadas facilidades. Nós estamos aqui para ajudar” –esta frase foi repetida várias vezes.
Continua o candidato do PS, “a Baixa tem três problemas: a desertificação, o apoio ao comércio tradicional e a requalificação do edificado. É o que ratifico no programa que está à vossa frente.
Em relação aos técnicos, há regras de boas práticas. O que não podem é demorar anos a aprovar os projectos. Ou sim ou não, mas em tempo útil.
O Metro é um instrumento importante para a Baixa. Vamos trabalhar para melhorar as acessibilidades à Baixa. É preciso clarificar e saber o que se quer. Parece-me que até há pouco só haviam duas pessoas que queriam o Metro: uma era secretária de Estado dos transportes e eu.
É preciso animação para as ruas principais. Sou a favor de uma cidade compacta, com uma zona de equipamentos e comércio na Baixa. Aquela frente do rio, onde vai passar o Metro, vai ser um bom exemplo”, respondeu Álvaro Maia Seco.
No fim interroguei os dois líderes associativos, sobre o que lhe pareceram as respostas do candidato do PS. Respondeu Armindo Gaspar: “pareceu-me preocupado. O nosso trabalho aqui é chamar a atenção dos problemas. Pareceu-me que não se quis comprometer. Ficamos a aguardar, na expectativa”.
Já Arménio Pratas foi mais sucinto: “pareceu-me que sabe ouvir. É um candidato político, agente sabe como é, não querem falar muito. Fico na expectativa”.



1 comentário:

Anónimo disse...

Então querem ver que nenhum dos Srs candidatos se propõe a pagar-me o almoço amanhã? Eu até gostaria de estar presente e deliciar-me com um bom repasto "obviamente à pato" e saber quais os planos concretos que têm em caso de eleição para a tomada de posse da Rua Visconde da Luz e da Ferreira Borges por parte dos carros dos cidadãos. Uma cidade sem carros é como um vazo sem flores. Os tempos que se avizinham que pertencem às gerações futuras querem lá saber do metro para alguma coisa ... querem é motas e carros, que isso de andar a pé é para os velhos