A Simone é uma menina
que trabalha no meu bar,
com um sorriso traquina,
todos parece contagiar;
Tem um sonho a “minina”,
ir ao outro lado do mar,
sentir grande a pequenina
alma que está a chorar;
Há muito tempo largou,
sua mãe, sua saudade,
os seus amigos deixou,
em busca da felicidade;
Aqui, foi bem recebida,
na meca que é Portugal,
foi a realização concebida,
o que mais custa é o Natal;
Os portugueses são “bacanas”,
é quase tudo gente “di” bem,
sabe que não são sacanas
como dizia sua mãe;
Simone gosta de cá estar,
nesta terra portuguesa,
pena ter o mar a separar,
a distância corta a beleza;
Custa muito entender
angústia de assombração,
só consegue perceber
quem chora de solidão;
Simone até tem amor,
cá casou de coração,
“seu” António é um primor,
compreende sua desolação;
Simone tem fé que o tempo,
possa apagar sua dor,
como uma brisa de vento
varre a réstia de calor;
“Ai se eu pudesse voltar
à minha terra encantada,
Nem teria que pensar…”
sonha a Simone ensimesmada;
Terra nossa é onde nascemos,
filha de cordão umbilical,
temos família, crescemos,
por lá fica a marca existencial.
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