






Este prédio, localizado no Largo da Freiria, não se sabe porquê, é azarento. Faz lembrar aquelas histórias de pessoas que, pelo mundo inteiro, tiveram inúmeras profissões reconhecidas. Foram pobres, enriqueceram, e à medida que foram envelhecendo, progressivamente, abandonados por todos, foram caindo na miséria, e vindo a morrer na rua, sem eira nem beira.
Ora, em analogia, este edifício é de 1878. Desde o seu longínquo nascimento, foi um pouco de tudo. Desde morada de artista, pensão, mercearia, casa de cafés, armazém de vinhos e licores, casa de tabacos, foi um pouco de tudo isso. Até que, por alturas de 1970, ficou abandonado. A dona, senhora muito rica, sem filhos, viria a fazer toda a sua riqueza ao seu fiel jardineiro, um senhor que ainda conheci. O filho deste senhor, que conheço também, veio a herdar todos os bens por óbito do pai.
Embora começasse a reabilitar o prédio, há cerca de três anos, a verdade é que as obras foram abandonadas.
Hoje, este edifício é uma bomba em potência. Apesar do interesse do presidente da Junta de Freguesia de São Bartolomeu, Carlos Clemente, em levar o assunto à autarquia, e esta já notificasse o proprietário, a verdade é que tudo continua como se pode ver pelas fotos. Sem infra-estruturas interiores, não é difícil de ver que pode cair a qualquer momento. Repare-se que em baixo está um café, restaurante, com esplanada. E se morrerem pessoas?
Pode ser que caia de noite. É o que está a pensar, não é? Também eu. Vamos rezar para que assim seja…
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