quarta-feira, 22 de setembro de 2010

BAIXA: QUEM CONTROLA A BOIADA?





 Esta noite em duas lojas do Centro Histórico foram partidos dois vidros de portas. Pelas informações dos proprietários destes estabelecimentos, que as recolheram nos vizinhos, tudo indica que alegadamente teriam sido estudantes universitários.
Um dos estabelecimentos foi a retrosaria Zig-Zag, na Rua de Sargento-mor, onde foi quebrado um vidro da almofada da porta. Segundo a Anabela, esposa de João Braga e ambos proprietários, “de manhã, quando chegámos deparámos com esta situação. Já viu isto?!”.
Já vi sim, e mais que uma vez! Aqui, nesta mesma rua, em Maio, último, também estudantes, escaqueiraram a montra do talho, chamei-lhes “Irresponsabilidade na folia estudantil”.
Também na mesma altura, a que chamei “Bárbaros de Capa negra”, uma molhe de estudantes, a maioria embriagados, entraram abruptamente na pastelaria Mimosa, na Rua da Moeda, e comprimiram os clientes que estavam dentro do estabelecimento, a pontos de partirem o vidro da vitrina.
Já vi que anda uma pessoa a trabalhar desalmadamente para esta “carneirada” –que perante esta selvajaria não podem ser tratados de outro modo- partir, destruir, sem qualquer assomo de responsabilidade. Não tenho nada a ver com a vida que cada um leva, desde que, na sua intimidade, não prejudique terceiros. Porém, o que estamos a assistir é simplesmente a forma de agir de gado, na sua maior irracionalidade.
Na Rua do Corvo, a Loja do Canto, a mesma coisa: um grande vidro da porta principal foi quebrado esta noite. Segundo o proprietário, o senhor Fernando Garcia, “tudo indica que, como estamos na semana da recepção ao caloiro e ontem à noite andaram por aí em magotes de centenas, teriam sido estudantes. Além disso, estavam várias garrafas de cerveja vazias junto à porta. Há tempos fui assaltado, agora mais isto…já viu?”, desabafa o senhor Garcia.
Já o escrevi aqui, era bom que as diversas faculdades da Universidade de Coimbra, logo na primeira aula de apresentação, através do regente da cadeira, sensibilizassem os caloiros para a responsabilidade social que cada um carrega sobre os ombros. Cada aluno, quer seja em grupo quer seja individualmente, é um embaixador/representante da Universidade de Coimbra. Custa muito fazer esta recomendação?



2 comentários:

Vítor Ramalho disse...

Realmente é uma vergonha, não foi para isto que lutei pelo reavivar das tradições académicas.

Helena Freitas disse...

São situações lamentáveis. Infelizmente não estou certa que as recomendações resultem. Tenho diariamente estas situações no Jardim Botânico e passam-se durante o dia. Desde cortes no sistema de rega a vidros partidos na estufa...
Helena Freitas