quinta-feira, 15 de abril de 2010
UM COMENTÁRIO RECEBIDO (SOBRE...)
Jorge Neves deixou um novo comentário na sua mensagem "ENFIAR A PATA NA POÇA":
PARA COIMBRA
Em todas as eleições autárquicas os habitantes de Coimbra são confrontados, pelos diferentes candidatos, com os problemas da cidade. São jardins, parques temáticos, transportes, novos acessos e a recuperação urbana da baixinha.
No entanto, todos os quatro anos os problemas são os mesmos, quando não mais graves: Maior número de automóveis, mais trânsito, mas menos habitantes. Mais buracos nas ruas que mais lixam, passeios mais reduzidos e maior dificuldade de estacionamento. Mais barulho e subida de todos os índices de poluição. Um sentimento de desleixo e fracasso continuado.
Compreender o fenómeno implica pôr em causa o cerne das políticas seguidas até aqui. De grandes ideias e planos pensados ao mais ínfimo dos pormenores. Coimbra não precisa que se force os habitantes a voltarem à Baixa, a fazerem compras na Baixa como se ainda vivessem nos meados do século XX. Coimbra necessita de pessoas, da sua liberdade e dos efeitos benéficos que advém do seu uso. O que Coimbra precisa é de dar poder aos cidadãos.
A zona da Baixa não se reabilita porque uma minoria, que tem poder e influência, o quer. Só se reabilita a Baixa, se for concedido poder decisório aos habitantes e comerciantes. Uma coisa é certa: ninguém irá à Baixa fazer compras porque há 50 anos os seus pais e avós o faziam. Ninguém se sacrificará ao ponto de querer fazer renascer um espírito e modo de vida que já não existe. A Baixa voltará a ser o centro da cidade se os conimbricenses virem nisso alguma conveniência, porque foi por ter sido conveniente que a Baixa foi famosa no passado. Gastar milhões em projectos com o intuito de incentivar as pessoas a irem à Baixa é uma política condenada ao fracasso. Apostar no planeamento centralizado de pontos de atracção, não só é um atentado à livre circulação das pessoas, ao livre investimento dos empresários, como prejudica os interesses de quem assumiu o risco de investir noutras zonas da cidade e, com o fruto do seu trabalho, paga os impostos que financiam a autarquia.
Uma cidade é feita de indivíduos, famílias e os mais variados grupos que as pessoas entenderem criar. É com elas que é preciso contar e é a elas que se deve dar um maior poder decisório. Infelizmente, não parece ter sido este o entendimento do anterior e do actual executivo autárquico.
Jorge Neves
Independente no Bloco de Esquerda
Assembleia Freguesia São Bartolomeu
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2 comentários:
Lembro-me que, ainda antes de vir para cá morar, vim passar uns dias a casa do meu (na altura) namorado no início de Dezembro, e andámos a fazer as compras de Natal todas por cá.
Entre os comentários que a nossa acção gerou incluiam-se:
- Aqui não há nada de jeito, deviam era ter feito isso no Porto.
- Então estão sempre no Porto e vêm para cá fazer as compras?!?
- Olha, eu vou fazê-las para a semana ao Porto...
Essa mentalidade não só não mudou como, inclusivamente, levou a que se abrissem centros comerciais com as lojas "do Porto" (que muitas nem sequer nacionais são, mas enfim...) e a que, quem ainda lá vai, queira cá coisas como o El Corte Ingles.
O problema maior é esta cidade não só não ter habitantes, como não atrair habitantes e não fazer nada para os manter por cá, pois tudo o que há de bom vai-se degradando (p.e. o Choupal), não incentivam a cultura (apesar do que muitos arengam, quero ver uma sala de espectáculos decente nesta cidade - como o CAE - e com espectáculos em Agosto!!!) e só funciona em função dos estudantes e pouco mais!!!
Que adianta chamar-se cidade se não respeita os cidadãos?!?
Se, na parte alta, da com mais população residente, não há parques para as crianças (só na Solum ou Celas - e o resto do pessoal?!?), não há passeios para passear (45cm de passeio mal dão para mim, quanto mais para um carrinho de bebé ou uma pessoa com muleta, quanto mais cadeira de rodas!!!), o preço da habitação é proibitivo (porque é tudo feito a pensar em alugar aos estudantes - o preço do metro quadrado é mais caro que na Foz, no Porto e lá, não só se está numa "Cidade", como se tem vista p'ró mar!!!) e os prédios que lá "nascem" têm lojas vazias porque as rendas são astronómicas?!?
E nem as empresas têm complememtos de actividade cá, de modo a poderem diminuir os seus custos e serem mais competitivos (p.e., o vidraceiros têm que ir a Viseu temperar o vidro; é preciso acumular trabalho suficiente para compensar a viagem). E porquê?!? Porque as iniciativas apoiadas pelos centros de emprego são restaurantes e afins e não quem queira servir esta cidade e os seus habitantes!!!
Enquanto não se der qualidade de vida a quem cá mora todo o ano, não haverá vontade de gastar por cá!
Enquanto a autarquia não perceber que uma cidade não vive só de IMIs, não vamos sair da cepa torta!!!
Bom dia Srº Luis Fernandes;
Não conheço o autor do comentário, mas discordo rotundamente do teor do texto, já que, saldo o devido respeito por opinião contrária, está o mesmo eivado de puro lirismo demagógico.
Importa ser práticos.
O que é isso de " dar poder decisório aos comerciantes "?Mas que interessa ter poder decisório sobre instrumentos e objectos ( lojas, prédio, ruas, etc. ) que não lhes pertencem?
Carissimo amigo Srº Luiz Fernandes;nunca nos poderemos esquecer que o nucleo urbano central da cidade de Coimbra, á semelhança do que acontece noutras cidades, para além do incalculável valor histórico e patrimónial, é o CORAÇÃO da cidade, pelo que é patético mesmo, continuar a expandir a periferia e não obstar á desertificação do centro.
Quanto a isso deixemo - nos de lirismos, só o poder politico nos pode valer.Diga - me lá se não conhece muitos aristocratas da antiga burguesia, antigos proprietários de solares no centro da cidade e de quintas na periferia, que preferem urbanizar os terrenos que têm na periferia e deixar cair os prédios que têm no centro?Sabe qual é a solução; A Câmara não aprovar os loteamentos na periferia a essas pessoas enquanto não recuperarem os prédios no nucleo central.
Não é preciso ser muito imaginativo para pouco a pouco melhorar as coisas e exercer melhor a função politica.
Mas as Câmaras querem é grandes loteamentos pelas razões que o senhor tal como eu conhecemos.
Uma coisa é certa; o texto objecto deste meu humilde comentário, esprimido não tem nada, porque lhe falta pragmatismo, objectividade e o apontar de soluções de eficácia.
Uma abraço deste seu admirador anónimo que um dia passará pelo seu estabelecimento para se apresentar e lhe dar um abraço de parabéns pelo seu excelente trabalho de cidadania.
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