terça-feira, 2 de setembro de 2008

O DESÂNIMO DA LIBERDADE


Liberdade,
onde páras com saudade,
andas triste e ansiosa,
dos tempos de antigamente;
estás velhinha,
usas óculos no nariz,
perguntas à gente que passa,
“afinal que mal eu fiz?”;
“Ninguém me liga,
pareço uma velha tonta,
uma coisa que não conta,
que não tem valor nenhum;
Noutro tempo,
quando era nova e bela,
era a mais desejada na vida,
hoje, que estou cansada dela,
estou presa, doente com esta ferida;
Só precisa de liberdade quem está acorrentado,
só lhe dá valor se a quiser e não tiver,
o fruto proibido é sempre o mais desejado,
só está preso mesmo, só se não souber,
liberdade passou a ser um produto empacotado;
É proibido proibir, usar a proibição,
tudo é permitido, usando o meu nome liberdade,
um dia, depois do caos, em que ninguém se entende,
vão chamar-me de novo cheios de atenção,
e sentir que o excesso conduz à frivolidade”.

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