quarta-feira, 24 de setembro de 2008
ANDAR PELA CIDADE
Há dias passeava na Baixinha,
no coração do centro da cidade,
numa rua daquelas tão estreitinha,
que nem o sol parece saber a idade;
Foi então que encontrei uma velhinha,
uma querida, que apetecia abraçar,
tão terna, que imaginamos a nossa avozinha,
naquele colo protector onde íamos chorar;
Com a sua calma, vi-a como um porto de abrigo,
eu, um veleiro, cansado de calcorrear o mar,
com a bússola a girar à volta sem sentido,
e que o destino me empurrou para encalhar;
Tão serena, parecia a Virgem Maria,
mas era outra, chamava-se Conceição,
estava triste, solitária, esvoaçava ao vento,
como folha seca no Outono da solidão;
“Já viste meu amigo, companheiro, meu irmão,
tratam-nos como coisa sem utilidade, sem valor,
como se a idade, fosse um peso, uma aberração,
esquecem que temos vida, necessitamos de amor”.
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