terça-feira, 23 de setembro de 2008

ATÉ ONDE VAI A TEIA?

(IMAGEM DA WEB)


 Eis o título de hoje do Diário de Coimbra: “Norberto Pires acusado de usurpar funções”. Continuando a citar o jornal, “Pina Prata apresentou documento para sustentar acusação de usurpação de funções por parte do administrador que, na resposta, explica o “lapso” e condena a atitude do vereador”. Saliento que Norberto Pires, professor de Robótica da Universidade de Coimbra, e Presidente do Conselho de Administração da NOVOTECNA e da Jovens Associados para o Desenvolvimento Regional do Centro, é o actual presidente do Conselho de Administração do IPARQUE, Coimbra Inovação Parque.
De modo algum quero dizer que estamos perante uma “grande família Coimbrã”, com negócios e negociatas, mas, e sabendo nós que a Polícia Judiciária está a investigar estas e outras actividades de Pina Prata e a sua ligação ao actual executivo de coligação PSD/CDS/PPM, era bom, a bem da Pátria e do burgo, que todos os negócios partidários e intermunicipais deste "paterfamílias", fossem clarificados. Era bom que todos os conimbricenses em geral ficassem a saber até onde vai a teia, ou o polvo, que começou em 1998, como sabemos na ACIC, Associação Comercial e Industrial de Coimbra, com negócios mal explicados e ruinosos para esta associação, mas que os actuais corpos gerentes, num conluio condenável a todos os títulos, até agora, preferindo enterrar a cabeça na areia, optaram por se calar.
Durante anos, de boca-em-boca, andaram a espetar ferroadas no “D. Horácio de La Plata”. “Ele era assim, ele era assado. Por causa dele e dos seus negócios de gestão duvidosa a ACIC estava a viver momentos de sufoco financeiro". Por causa dos seus compromissos assumidos, durante a sua vigência enquanto presidente, de 1998 a 2005, a associação, em 2007, tivera que pedir um financiamento à Caixa Geral de Depósitos de um milhão de Euros (duzentos mil contos em moeda antiga).
No ano passado, por denúncia identificada, a Polícia Judiciária começou a investigar. O Ministério Público arquivou a queixa com base nas seguintes declarações: “Não é do conhecimento da actual direcção qualquer (…). É da opinião da actual direcção que o trabalho realizado pela direcção presidida pelo engº Pina Prata (2 mandatos), nomeadamente quanto a alguns contratos de fornecimento de equipamentos prestados à ACIC, não foram muito favoráveis à associação (alguns vieram mesmo a ser resolvidos com recurso a acções judiciais). No entanto, e na sequência dos dados apurados pelos elementos da actual direcção, estes contratos apenas foram mal negociados, não existiu qualquer intenção de benefício ilegítimo em detrimento da associação”.
Continuando a citar o teor da sentença de arquivamento, “Assim, o mais que se apurou foi a existência de contratos que poderão ter acarretado prejuízos para a ACIC (…). Assim sendo, e não se vislumbrando qualquer outra diligência investigatória que cumpra realizar, impõe-se o arquivamento do presente inquérito”.

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