quinta-feira, 15 de setembro de 2022

EDITORIAL: UMA NOVA JORNALISTA ESPECIAL NO JM

 





Como raio de luz cintilante, a informação correu célere por entre becos e vielas da cidade: o Jornal da Mealhada (JM) tem uma nova jornalista titular encartada com o cartão do Partido Socialista.

Tal como a publicidade a uma bebida que nasceu no outro lado do Atlântico, primeiro estranha-se e em seguida entranha-se. Por outras palavras, primeiro achamos que há conflito de interesses no trabalho a desempenhar, e que pode ser prejudicial, para depois concluirmos que, tal como outro qualquer na mesma função, nada há a apontar.

Mesmo sem a conhecer pessoalmente, comecemos por apresentar a senhora jornalista agora ao serviço do JM desde Agosto passado: Micaela Barreto Seco Costa.

Segundo informações colhidas na Internet, natural de Penacova, é Mestre em Jornalismo e comunicação e licenciada em português e jornalismo pela Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Na sua terra natal é presidente da Juventude Socialista e, nas últimas eleições autárquicas, foi eleita deputada à Assembleia Municipal onde, neste momento, ocupa o lugar de 2ª secretária, coadjuvando Humberto de Oliveira, ex-presidente da Câmara Municipal de Penacova, e agora presidente da Assembleia Municipal.

Se, chegados aqui já ultrapassámos a fase da suspeição, o “Quid pro quo”, tomar uma coisa por outra, - isto é, que o facto da jornalista ser filiada no PS, não é por isso que a sua escrita possa cair mais para um dos pratos da balança da parcialidade. Até por que, estando dentro das prerrogativas cidadãs, não está a violar a lei das incompatibilidades e muito menos o Código Deontológico dos Jornalistas – podemos e devemos analisar esta contratação desapaixonadamente.

Nesta nova posição positivada, podemos e devemos pensar que esta nomeação vai no seguimento de uma reestruturação mais do que necessária do único jornal publicado em papel no nosso concelho.

Já escrevi tanto sobre a imprescindível mudança deste quinzenário regional que já me faltam as palavras, que me atrevo a proclamar as boas-vindas a quem vier por bem, no sentido de alterar o situacionismo que, salvo melhor opinião, se não for atalhado a tempo, e enquanto há tempo, inevitavelmente conduzirá ao desaparecimento do periódico. Bem sabemos que não será por falta de liquidez da proprietária, a Santa Casa da Misericórdia, mas, antes, por desinteresse dos leitores.

É preciso colocar a boca no trombone: a actual linha editorial do JM, de vistas curtas, sem ambição, com poucos conteúdos de interesse no sentido da formação intelectual dos leitores, com pouca ou nenhuma cobertura política das reuniões camarárias, sem debate partidário nas suas páginas, não serve a cidade, não serve o concelho, não se serve a si mesmo.

Sem outras embrulhadas partidárias e sectárias, acredito no esforço que vai desenvolver para dar intensa luz a um candeeiro esquecido e apagado.

Imbuída de um espírito reformador, se foi para isto que chegou à cidade, se foi para transformar um jornal quinzenário envelhecido num título moderno, com publicação semanal, seja muito bem-vinda, senhora jornalista, Micaela Barreto Seco Costa Assim a deixem trabalhar.


1 comentário:

Anónimo disse...

Queres tachos? Arranja-os.... o mundo é dos espertos...