segunda-feira, 12 de setembro de 2022

A MALDIÇÃO DO METRO

 

(imagem do jornal online Notícias de Coimbra)




Pela promessa de um moderno metro ligeiro fantasma começou a maldição,

há tempos imemoriais, assombra a Linha da Lousã e tritura presidentes,

em 1996, vendeu a ideia Machado; ninguém comprou e foi-se a eleição,

em 2002, subiu ao trono Encarnação e, com engodo, lançou as sementes,

em 2006, com grande aparato, em “mise em scene”, começou a demolição,

em 2010, por ordem de Sócrates, abateram-se composições algo decadentes,

foram arrancados os carris e mandados para a sucata de um certo “amigão”,

em 2012, pegou no mesmo embuste Barbosa de Melo com juras impotentes,

caiu Barbosa por ultraje, subiu, em 2013, Machado com voto de reposição,

em 2017, na mesma esparrela vã, prometeu um novo aeroporto aos crentes,

em 2021, de tanta mão-cheia de nada, os conimbricenses não lhe deram a mão,

subiu José Manuel Silva com plácito de fazer andar o metro aos maledicentes,

cerca de um ano depois, o que vemos são árvores abatidas, plátanos do coração,

troncos, ramos, folhagem morta, que marcaram a história dos Outonos dolentes,

que nos protegeram dos raios solares, albergaram os passarinhos na nidificação,

imagem de marca que vai ficar na recordação do citadino, na memória das gentes,

aqui e ali, interroga-se se este será mesmo o melhor caminho e a melhor solução?

Quando por cada árvore queimada se promete plantar uma centena de crescentes?

Focando a “peugada carbónica”, estará certo promover uma chacina desta dimensão?


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