Ontem, na Rua da Moeda, abriu um novo estabelecimento de pronto-a-vestir para senhora e criança.
Transpomos a porta e, como se tivéssemos entrado num reino encantado, ficamos presos na harmonia de conjunto. Em metáfora, é como se penetrássemos numa floresta onde as árvores estão dispostas sob mão divina e os passarinhos, no seu chilrear primaveril, dão um ambiente de paraíso imaginado. Ali tudo é simplicidade.
O senhor Rui Pratas é o anfitrião e dono do novo estabelecimento. “Muito obrigado por ter vindo cá fotografar a loja. Sabe que sou seu leitor há mais de dois anos? Sempre que quero saber o que se passa ou passou aqui na Baixa vou ao blogue. Duas vezes obrigado. Quer então que eu diga umas palavras sobre esta nossa iniciativa? Olhe, apesar de eu estar empregado, e muito bem felizmente, sempre idealizei abrir um cantinho aqui no Centro Histórico. A minha mulher, como tantas pessoas no país, tem andado a trabalhar, mas ora pagavam mal para o esforço dispendido –é um abuso, o senhor sabe lá?-, ora, muitas vezes, nem pagavam. Então, desde o ultimo trabalho que ela teve, começámos a pensar seriamente em abrir uma loja. Surgiu esta oportunidade e metemos mãos à obra. Olhe que todo o trabalho de decoração foi feito por nós dois. Está bonito não está? Agora é preciso sorte, mas também está na nossa mão. Começámos ontem a caminhar e, devagarinho, dentro das nossas possibilidades, caminharemos. Não daremos uma passada que fuja ao nosso controle.
Acredito fielmente que as coisas irão mudar. Tem visto a imprensa dos últimos dias? Olhe que já vários jornais anunciam a mudança de hábitos por parte dos consumidores. Olhe para esta Rua da Moeda, olhe para esta ambiência. Haverá coisa mais linda? É evidente que as pessoas iriam aborrecer-se depressa de estarem “encaixadas” numa grande área… é ou não é?”
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