quarta-feira, 8 de junho de 2011

A REVITALIZAÇÃO DOS CENTROS HISTÓRICOS TAMBÉM PASSA POR ISTO



  Segundo o Económico online, "Jerónimo Martins abre hoje terceira "mercearia amanhecer", no Chiado, no centro de Lisboa. A meta é ter 20 mercearias de bairro até ao final do ano em todo o país."
Apesar de, a meu ver, esta vinda ser abençoada não deixa de ser irónica. Este grupo, tal como outros, esquartejou, retirou  a alma, e obrigou a cerrar portas a praticamente todas velhas mercearias de bairro. Agora, depois do deserto instalado, vem implantar-se e tentar revivificar tudo o que anteriormente destruiu. 
"É a vida, são os ciclos económicos no seu triturar constante o menos forte; é a roda do desenvolvimento que ao girar não tem contemplações com memórias ou tradições", dirão alguns. Não sei. O pouco que vislumbro é que é estranho este modo de vida. Ainda que aceite -que remédio!-, tenho dificuldade em compreender.
Fica o pensamento...

2 comentários:

Jorge Neves disse...

E as condições para se abrir uma Loja Amanhecer!?
Comercio tradicional está falido ninguem ou quase ninguem tem dinheiro para os requesitos que exigem.

Anónimo disse...

Comentei o seu artigo sobre as eleições da AAC.
Relativamente a esta seu comentário do económico online, não se trata da vida nem dos ciclos económicos, trata-se de uma sociedade CAPITALISTA.
Repare, como empresári,o sabe que quanto mais comprar aos fornecedores, mais barato que lhe fica o produto. Significa isto, que uma empresa com capital e implantada no mercado consegue aniquilar as mercearias de bairro, na situação em apreço.Como?
Pelo preço dos produtos, que têm em conta a localização e estratos sociais existentes, para assim saber que tipo de produto que não é vendido num determinada loja Pingo Doce, pode ser vendida numa mercearia de bairro, sem existirem assim desperdicios..., trata-se de um escoamento de produtos.
Não se trata de exigência de REQUISITOS, trata-se de €€€€€€€€€€€, muitos.
Da mesma forma que DOLCE VITA, FORUM E CONTINENTE NA AVª MENDES SILVA AFOGARAM DE ALGUMA FORMA O CENTRO HISTÓRICO. Mas a pricipal causa da morte de uma zona tão linda da nossa cidade, foi a morte do Arcádia, do Brasileira, do Internacional e não se proceder a uma politica de retorno dos moradores que tiveram que sair das suas casas por degradação.
E isto porquê? Porque a recuperação dos imóveis deveria dar prioridade a quem habitou nas mesmas ou aos seus progenitores, porque a história da ALTA E DA BAIXA, DO CENTRO HISTÓRICO DE UMA FORMA GERAL, tem de comtemplar a massa humana.
Você sabe, que é assim, as ligações humanas, e não sou psicólogo nem sociologo, são importantes para a história dum bairro.
Peço desculpa, não escrevo mais, porque me alonguei e abusei no comentário, mas seria uma conversa interessante...
Termino com um Viva ao Centro Histórico e à cidade de Coimbra de que sou apaixonado