Era um domingo esplendoroso de sol a tocar todos que ousavam entrar em seu território banhado por seus raios. Junto à catedral da Sé Nova, centenas de automóveis acotovelavam-se, uns em cima dos outros, para esperar os seus donos que anteriormente entraram na vetusta igreja de Cristo.
Transpondo a porta principal do templo, largas centenas de católicos, muito mais de um milhar, ocupavam todos os lugares sentados. Em pé, com a máquina de fotografar em punho, muitos aguardavam o momento certo de captar uma imagem para a posteridade do seu amigo ou familiar. E não era razão para menos, tratava-se de consolidar o sacramento do Crisma a cerca de uma centena de crismandos e confirmado pelo Bispo de Coimbra, D. Albino Cleto. Como se sabe, este acrescentar do dom do Espírito Santo é, para todo o católico-apostólico-romano, a confirmação do baptismo, “o amadurecimento da fé, e a sabedoria na busca do conhecimento de Deus”, in aqui.
Ana Paula Fernandes era uma das candidatas a ser ungida com óleo sagrado e imposto em ritual pelo Bispo de Coimbra no lindíssimo altar da Sé Nova.
Ana tem 46 anos e, em casamento de fé, entregou-se à purificação do Ser. Seus pais, Augusto Dias Nunes e Maria Isilda Fernandes estão felizes. Quando interrogo esta senhora-mãe que significado tem para eles esta consagração, responde assim: “a minha Ana não se sentia uma cristã completa sem o sacramento do Crisma. Foi um apelo interior que a moveu. Falou connosco, com a família, e naturalmente que apoiámos inteiramente. É um orgulho sentirmos que a nossa filha queria aprofundar e sedimentar a sua convicção.
Durante 9 meses, na igreja de Santo António dos Olivais, todas as quintas-feiras, durante mais de uma hora e após três retiros espirituais, de um dia cada um, a Ana preparou-se longamente para esta cerimónia. Estamos muito felizes por ela, senhor Luís. Está bonita, não está? Parece um anjo, não parece?”
À noite, no restaurante do Hotel Quinta das lágrimas, perante cerca de duas dúzias de familiares e amigos, num ambiente de informalidade e onde não faltou o bolo tão próprio de dias felizes que marcarão para sempre a nossa passagem terrena, comemorou-se esta data bem-aventurada até altas horas. A Ana Paula sorria de felicidade. Parabéns. Muitos parabéns, Ana.
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