terça-feira, 19 de outubro de 2010

A LEI É CEGA E A BUROCRACIA TRÔPEGA




  Hoje, logo de manhã, reparei que o triângulo, junto ao hotel Oslo, pintado pelo “Carlitos”, que nessa altura dei conta aqui, estava apagado a tinta preta. Fui então questionar o presidente da junta de freguesia de São Bartolomeu. Saberia ele o que se passou?
“É assim –responde-me Clemente-, quem pintou o chão a preto do alcatrão –anteriormente estava em cor- fui eu. E porquê? Porque era preciso avançar com as placas de sinalização e este procedimento estava preso, emperrado, precisamente…no triângulo que lá estava pintado no chão. Fui falar com um engenheiro à Divisão de Trânsito da Câmara Municipal e ele disse-me que teria que identificar o autor do triângulo no chão, levantar um auto e só depois é que a autarquia faria a reposição das placas.
Tendo em conta que o “Carlitos” sofre de anomalia psíquica, e dada a morosidade que iria envolver este processo, não fui de modas: ao serviço da junta, comprei tinta preta e um pincel e fui eu mesmo que apaguei o que estava antes. Posso garantir-lhe que o assunto já está resolvido. Já está tudo aprovado e prestes a serem colocadas lá as placas de sinalização e listas separadoras. Foi a única maneira de desbloquear esta teia burocrática”, palavras de Carlos Clemente, presidente da junta de freguesia de São Bartolomeu.

2 comentários:

Jorge Neves disse...

Nem quero acreditar no que acabeio de ler, é simplesmente vergonhoso e cheira-me quase a tirania pura e dura.

João Braga disse...

Pelo descrito, devemos então nesta cidade, ao ver alguma coisa mal, olhar para o lado, dado que em caso de acção, estamos garantidamente sujeitos a ser identificados, notificado, multados e considerados criminosos. O gesto praticado pelo Carlitos, contrariamente ao que eu e muitos de nós certamente pensaram, não foi nem cívico, nem de cidadania, evitando no entanto, no espaço do mês já decorrido, desde que efectuou os riscos no pavimento, a ocorrência de mais acidentes rodoviários .
Como dizia o nosso querido é já falecido Fernando Pessa,

" E esta hein ?"