segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
MAIS UMA LOJA ARROMBADA
Ontem, domingo, cerca das 21,30 horas –repito 21,30 da noite- a Perfumaria Balvera, com frente para a Rua Eduardo Coelho e Rua Velha foi assaltada. “Os trabalhadores do comércio” partiram a montra, ao que parece calmamente, e, sem grandes pressas, retiraram todo o recheio da montra constituído por artigos de perfumaria.
Segundo a responsável da perfumaria, a Dona Lena, exceptuando os estragos no vidro, o valor dos artigos furtados andará à volta de cerca de 300 euros.
Há pouco o tempo a Lena manifestava-me alguma apreensão acerca do futuro deste estabelecimento “bem cheiroso” na antiga Rua dos Sapateiros. Segundo a senhora, o proprietário estava cada vez mais descontente com o movimento em queda, fruto de uma cada vez maior desertificação da Baixa. Agora, para piorar, com este revés, não se sabe o que vai acontecer.
Já muito escrevi sobre a insegurança, mas uma coisa é certa, quem faz estes pequenos roubos é ralé que roda calmamente, durante o dia, pela zona histórica. Quem rouba estes artigos, notoriamente, sabe antecipadamente onde colocá-los a troco de meia dúzia de euros para a “dose”. Toda a gente sabe que é a chamada criminalidade de base que provoca estes estragos. Mas o modo como é encarada é simplesmente preocupante. Devagar, devagarinho, vão rebentando com os pequenos comércios tão necessários nestas zonas velhas.
Em conversas que tive com alguns agentes da PSP, facilmente se intui para onde vão. Ora, assim sendo, porque não actua aquela força de segurança da ordem civil?
Não será difícil de ver que o escoamento destes produtos é feito de grosso modo nas feiras que decorrem no país. O que se espera para actuar, separando o trigo do joio, isto é, acabando com “vendedores” que, mais não sendo do que traficantes, estão a rebentar com as actividades económicas legalmente constituídas e, que num esforço tremendo, se vêem em “palpos de aranha” para conseguir resistir.
Isto não pode continuar. É uma situação tão absurda que parece incrível como é que o governo não põe mãos, de uma vez por todas, nesta infamante situação.
Estará o governo à espera que os comerciantes formem milícias populares para proteger o que é seu? Sabe-se muito bem nas consequências que tais iniciativas podem descambar, ou seja, apanhar o justo pelo pecador. Por isso mesmo a lei o proíbe. Mas, esta displicência, este deixa-correr, este desleixo e despreocupação com os bens alheios começa a raiar o incompreensível.
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