Não, não percam tempo com lamechice,
por mais uma loja antiga que se vai,
não lamentem quem morreu de velhice,
mas antes da que fica e um destes dias cai,
não derramem uma lágrima de intrujice,
não mostrem tristeza por quem sai
e bate com a porta a disfarçar a canalhice
infligida por consumidores, governos, cagai,
cagai na presunção de inocência, com meiguice,
não sejam as novas carpideiras hodiernas, dançai,
cantai, riam, sorriam em gargalhadas, sem beatice,
a um herói morto em combate nesta selva, escarrai,
escarrai neste sistema “darwiniano” de pantominice,
acordem para o extermínio em curso, desconfiai,
duvidai dos pregadores neo-liberais de charlatanice,
vós sois os novos escravos, a nova presa que cai
na esparrela de que “quantos mais melhor”, burrice,
sois a marioneta que faz o que o dono quer, aceitai
que estais presos numa rede de acólitos em crendice,
estamos divididos em ordenados e mandadores, brindai!
Batam palmas a um grande resistente, com meiguice,
com respeito, levantem os lenços a quem parte sem um ai.
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