Óscar Carvalho, a teimosa “árvore” que, fazendo jus ao seu próprio sobrenome, continua a resistir a intempéries, a fogo destruidor, ou a inundações, repetidamente tem chamado a atenção nas Assembleias Municipais para os milhares de litros/por hora que a velha fonte das 11 bicas, no Luso, perante os nossos olhos, continua a desperdiçar. E sobretudo quando a seca que nos atravessa nos obriga a uma extrema poupança de água. E ainda mais quando o Governo, através de Decreto, como exemplo a proibição de lavar viaturas, nos obriga a poupar o precioso líquido, que é o motor existencial da vida.
É uma dor de alma assistirmos, impávidos e serenos, ao desperdício não contabilizado, minuto-a-minuto, de uma água pura e cristalina que, pelas razões terapêuticas e medicinais que todos conhecemos, sem que se conheçam planos para o evitar, vai direitinho ao interior da terra.
Pelo meio, há quem se indigne com quem, vestido com a capa de turista de pé-descalço, tentando dar-lhe uma utilização para que foi criada, leva dezenas de garrafões de plástico a tiracolo e vai apanhar e monopolizar várias bocas ao mesmo tempo.
Pelo meio, abusando do espaço pedonal de quem anda a pé, outros criticam o acesso fácil a bicicletas e triciclos ao átrio da nascente da Fonte de São João.
A questão que se coloca é o que fazer com uma riqueza incomensurável, que já é considerada o petróleo branco do presente e do futuro?
O que fazer para, dando-lhe o útil, o agradável e o aproveitamento que lhe é devido, evitar este desperdício?
Seremos assim tão ricos para nos darmos ao luxo de continuarmos a assobiar para o lado?
E que tal se o novo executivo abrisse um concurso de ideias para encaminhar aquele caudal de desperdício para um projecto que enriquecesse o Luso e toda a região?
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