terça-feira, 23 de agosto de 2022

MEALHADA: RETALHOS DE UMA REUNIÃO MUNICIPAL MORNA

 




A Agenda de Trabalhos era curta, insípida, sem graça e pouco atractiva, e parecia não prometer grandes rasgos de eloquência dos presentes. Com apenas sete pontos na convocatória, tudo indicava ser um encontro “chocho”, ou não estivéssemos em plena “silly season”, a chamada temporada boba, que ocorre em Agosto, no pico das “vacances”, em que pouco acontece de relevante que mereça abrir mais de um olho.

Fosse por estas ou outras razões, o lugar destinado a Gil Ferreira, vereador da Cultura, apresentou-se vazio e sem rasto do delegado em regime de substituição, nada que a bancada do Partido Socialista não tenha já feito anteriormente por mais de uma vez. O que esperamos é que não seja modelo a seguir, até porque queremos conhecer as caras “larocas” dos concorrentes “tapa-buracos”.

Pelo rosto apagado, sem brilho e sem chama, de “Monsieur” Marqueiro, o catalizador que, através das suas tiradas, envolve e revolve e torna impossível de deixar de ver estes encontros municipais que, sobretudo para mim, se tornaram numa atracção fatal. Não é a primeira vez que escrevo isto: Marqueiro, goste-se ou não do seu jeito singular, por vezes, truculento, por vezes, sonso e matreiro, por vezes, ofensivo e como se não pesasse o peso das palavras, transformou-se na estrela mediática que, de quinze-em-quinze dias, impede que tudo seja igual e corriqueiro. É certo que o “sumo”, as decisões políticas me interessam muito, mas o meu foco de atenção está centrado nas perguntas e respostas do “dramaturgo”.

E quando, logo no início dos trabalhos, no Período de Antes da Ordem do Dia, António Jorge Franco, o pretor urbano, acusou o ex-presidente da autarquia de ter “falseado”, ou melhor, ter feito um “corte e cose”, num e-mail provindo do construtor do novo Mercado Municipal, e o antigo “mayor” não refutou como é seu apanágio, cá com os meus botões, vi logo que este encontro estava arrumado e sem história. Era só mesmo para queimar tempo. O outrora leão de antes, ali, era agora um cordeirinho manso que só lhe faltava vagir.


E O MERCADO, ARRANCA… OU NÃO ARRANCA?


Prosseguiu o timoneiro do barco mealhadense, na mesma linha de informação anterior, foi dizendo que a obra do Mercado Municipal ainda não se encontrava concluída e, por conseguinte, incapaz de ser recepcionada pela Câmara Municipal.

Quem, como eu ouviu, certamente pensou: temos obra para durar como a de Santa Engrácia.

Eis senão que na mesma Segunda-feira, ontem, os jornais de Coimbra – que normalmente só publicam notícias após uma semana e depois de ter recebido o “press release”, comunicado de imprensa, da Câmara – com parangonas, atiravam: “Mercado Municipal da Mealhada quase a abrir portas”. (por cá, na nossa informação local, nada, nem uma palavra)

Ou seja, a “bota não batia com a perdigota”. O que foi afirmado por Franco na reunião não foi nada disto. O que dá para perceber que o ocupante do cadeirão-mor, cada vez mais refinado e sagaz, sonegando informação ao público, quis fintar a bancada da oposição.

Ficamos então à espera de quanto tempo vale o tempo do “quase” para abrir o Mercado Municipal.


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