segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

CARTA ABERTA A UM ANÓNIMO (DES)CONHECIDO

(IMAGEM DA WEB)




 Meu caro anónimo espero que esta minha carta o vá encontrar de boa saúde. Eu por cá, com a crise que nos atormenta, vou andando dentro do possível, graças a Deus Nosso Senhor. Sempre que posso, cá vou escrevinhando umas coisas. Partidariamente, sou assim uma espécie de cata-vento: tenho dias que me sinto próximo do CDS/PP, outros do PSD, outros ainda do PS, outros ainda do Bloco de Esquerda, às vezes, embora menos, também me sinto vermelho do PCP. Já sei que o amigo não concorda, e até já me está a chamar ave de arribação, troca-tintas e sei lá que mais. Tenho de concordar consigo, sou isso mesmo: ave de arribação. Mas que quer? Sou assim, que hei-de fazer? Quem sabe se não estarei certo? Isto é, se calhar a virtude reside neles todos. Todos terão qualidades e defeitos. Especulando um pouco, quem sabe se juntando as ideologias de todos fosse possível fazer um único? Pois, calculo que não concorda comigo, isso seria logo coisa de sociedade centralizada e o amigo não concorda. Eu também não. Nem de esquerda nem de direita. Apesar de não me prender a nenhum partido destes em especial, concordo que é melhor continuar assim.
Calculo que o amigo já estará a perder a paciência comigo e estará a perguntar-se por qual a razão deste sermão, não encomendado, todo. Calma, se faz favor que eu já explico, tintim por tintim.
Então lá vou. O amigo gosta muito de mandar umas ferroadas anónimas na Associação Comercial e Industrial de Coimbra (ACIC). De vez em quando lá vem uma. Hoje já foram duas. Eu também gosto. Mas há umas diferenças substanciais: eu dou a cara, o amigo não. Ao identificar-me corro riscos. Assumo a responsabilidade pelo que escrevo…o amigo não.
Há ainda outra que considero muito importante, tudo o que escrevo, quer em relação à ACIC ou outra qualquer instituição, não estou a ser levado por qualquer sentimento de vingança, inveja, ressentimento, perseguição ou outro qualquer motivo. Escrevo porque acho que, dando o rosto, mesmo correndo o risco de ser injusto e ser passível de contraditório, estou a ser justo. O amigo não. Em minha opinião, os seus desígnios, para além de serem formulados através da cortina, são obscuros. O amigo dispara e foge. O amigo faz acusações que, pelo anonimato, não assume. E, porque anda cá no mundo como eu há muitos anos, sabe para quem sobra, não sabe? Pois sabe, é para mim. E eu, que apesar de ser um bocadito parvóide, mesmo assim, não aceito ser o mensageiro dos seus estranhos desígnios. É verdade que já tenho publicado aqui comentários anónimos de pedidos de ajuda de, aparentemente, funcionários. Mas isso, para mim é diferente. São gritos de revolta em apelos num oceano de indiferença.
Talvez por isso compreenda porque tive de cortar o seu comentário que insiro mais abaixo. Mas não fique aborrecido, nem me acuse de utilizar o lápis azul, quando quiser fazer acusações é só fazer como eu faço: assine por baixo. Vai ver que publico. Agora assim, não posso nem devo.
Despeço-me de vossemecê com desejos de feliz Natal.




Anónimo deixou um novo comentário na sua mensagem "UM COMENTÁRIO RECEBIDO (SOBRE...)": 

 Pois é a ACIC, Associação Comercial e Industrial de Coimbra, continua sem pagar aos funcionários(subsidio de férias, metade de Outubro, Novembro, subsídio de Natal) e alguns ainda não receberam metade de Setembro. xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
Como será o Natal dos funcionários da ACIC?  Não serão eles dignos de ao menos comprar uma prenda aos filhos ou netos, já para não falar se alguns iram ter alguma coisa para comer na ceia de Natal?
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1 comentário:

Anónimo disse...

Bom dia.

Acredito e compreendo que não é fácil deixar de ser anónimo. A liberdade de expressão sem retaliações não exite nunca exitiu. Aí o 25 de Abril não chegou. Acredito que o desabafo seja de um funcionário, mas posso afirmar que o que diz, no que concerne, aos atrasos é verdade e acrescento mais, neste momento compensa mais sair da ACIC do que continuar a dar o litro e a ter despesas, ou melhor pagar para trabalhar. Pelo menos os que tem saido tem levado o seu pecúlio.

Peço desculpa de ser mais um anónimo, mas a situação assim o exige.

Continuação de boas crónicas.