A edição de hoje do jornal Diário as Beiras, ao preço excepcional de 1 euro, sob o lema em cabeçalho, “Precisamos de uma mãozinha…na luta contra a fome! Hoje - 21 DE DEZEMBRO – ANGARIAÇÃO DE FUNDOS A FAVOR DO BANCO ALIMENTAR CONTRA A FOME DE COIMBRA. PARTICIPE".
Para além disso, vários funcionários do jornal, incluindo a subdirectora Eduarda Macário, estiveram hoje, durante a manhã, a vender o diário em frente à Câmara Municipal.
António Gonçalves, com a saca de distribuidor do jornal ao peito, é o representante do Banco Alimentar neste acto benemérito de vender o jornal na rua.
Em jeito de provocação, para começar a conversa, pergunto-lhe se perante o (bom) exemplo do Diário as Beiras, e seguido por outras tantas empresas nacionais, se seremos um país de pedintes?
-Não, somos é uma nação de incongruência. Há uma fatia da sociedade que está a viver muito bem, como nunca viveram, e a maioria está na penúria.
-Como é que vê esta iniciativa do jornal e de tantas outras empresas?
-Vejo bem. Ainda bem. Se não fosse assim uma parte dos nossos cidadãos estariam muito pior. É preciso passar pelo Banco Alimentar para ver, realmente, o que se passa. Para mim, que estou aposentado, tem sido uma grande lição. Ainda no Sábado entrei às 11horas e saí no Domingo às 03 da manhã. No dia seguinte foi a mesma coisa. Estamos a fazer um bom trabalho.
-Mas como é que se pode entender que ande tanta gente envolvida a ajudar outros?
-E qual é a alternativa? Tem de se fazer alguma coisa…
-Mas, a seu ver, não parece que temos um país a dois movimentos? Por um lado, temos uma classe política que gere, aparentemente, sem se preocupar com os mais carenciados, por outro, temos uma colectividade completamente envolvida em ajudar.
-Pois, entendo. Mas, volto a interrogar, qual é a alternativa?
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