Já Escrevi muito aqui sobre a Dona Adelaide. Chamei-lhe até a “última tremoceira”.
Sempre que passo por ela, olhando lá para o alto dos seus 87 anos, vejo o quanto pode significar o seu exemplo de luta para todos nós. Enquanto outros mais novos do que ela estão embrulhados a um cobertor, ou internados num qualquer lar legal ou ilegal, esta mulher de fibra teima em não se entregar e continua a trabalhar.
Repare-se na imagem. Para os mais velhos, comer da marmita, é viajar para um tempo que se, por um lado, não dá prazer recordar por outro, olhando para o que se passa à nossa volta esses tempos estão de regresso. No entanto, quantos de nós abdica de um estatuto aparentemente conquistado de ir almoçar à tasca ou ao restaurante? A “última tremoceira”, a Dona Adelaide nesta imagem, sem inibição, sem pudor de qualquer espécie, dá-nos uma lição a todos: devemos mostrar o que somos e não parecer o que gostaríamos de ser.
Um feliz Natal para a Dona Adelaide e que continue por cá ainda muitos mais anos a dar-nos lições.
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