sexta-feira, 31 de maio de 2019
quinta-feira, 30 de maio de 2019
COMERCIANTES E OUTROS: ATENÇÃO AO LIVRO DE RECLAMAÇÃO ELECTRÓNICO

(Imagem desviada da Web)
A partir deste 1 de Julho de 2019, todos os fornecedores de bens e prestadores de serviços para além de ser exigido deterem o Livro de Reclamações físico, em papel, estão obrigados a possuírem também o formato electrónico do livro de reclamações (Decreto lei 74/2017 de 21 de Junho, artigo 9, pontos 2 e 3).
O QUE É QUE ISTO QUER DIZER?
Quer dizer tão somente que qualquer fornecedor de bens e prestadores de serviços, tendo já o livro de reclamações em papel, estão obrigados a fazer a sua inscrição na Plataforma Digital no seguinte endereço:www.livroreclamacoes.pt
E SE NÃO ME INSCREVER?
Se não fizer a inscrição, somente pelo facto da omissão, está sujeito a coimas mínimas de 250 euros para pessoas singulares e 3500 para pessoas colectivas.
E PAGO PARA ME INSCREVER?
A inscrição na Plataforma Digital é gratuita para um número de 25 reclamações cujo valor atribuído é de 9.93 € (Portaria 201-A/2017 de 30 de Junho).
NÃO ESTÁ A PERCEBER? EU EXPLICO:
Imagine que o seu comércio, o seu café, restaurante, a sua firma de canalizações provoca mais reclamações pelos serviços que o Trump, o presidente dos Estados Unidos da América, recebe por parte da imprensa. Se for assim, como é óbvio, 25 espaços para os seus clientes manifestarem o descontentamento vão num “ai que lhe dá”. Então, como é natural, vai ter de comprar mais.
E ONDE VOU ADQUIRIR O CHICOTE PARA ME FUSTIGAREM?
A ser assim, vai à INCM, Imprensa Nacional Casa da Moeda -em Coimbra é na Avenida Fernão de Magalhães-, onde pode também comprar o livro em papel, e adquirir um Módulo de 1500 reclamações por 536.35 euros. Se for excessivo há um pacote menor, no caso, um Módulo com 250 reclamações e custa apenas 97.34 euros.
Uma pechincha! Digo eu, sem me rir!
E SE NÃO TIVER INTERNET?
O desconhecimento não escusa. Isto é, o facto de ser info-excluído da Internet primário, por analfabetismo, ou secundário, por opção, não o livra da obrigação. Está intimado a ter um endereço de correio electrónico, o que se chama vulgarmente de e-mail.
“Os fornecedores de bens e prestadores de serviços que não disponham de sítios na Internet devem ser titulares de endereço de correio eletrónico para efeitos de receção das reclamações submetidas através da Plataforma Digital.” (Decreto-lei 74,/2017, Anexo II, Capítulo II, artigo 5 B, ponto 3)
Número telefónico de apoio ao Livro de Reclamações Electrónico: 217810875
Número telefónico de apoio ao Livro de Reclamações Electrónico: 217810875
segunda-feira, 27 de maio de 2019
BAIXA: CRÓNICA DO MALHADOR (7)

(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)
Com
(apenas) vinte e três minutos de atraso em relação ao horário
regimental, que está plasmado para as 17h00 e hoje (pasme-se)
começou às 17h23, levei a sessão de Câmara Municipal um
assunto que considero estruturante para o futuro da Baixa e da
cidade. Bem sei que esta minha posição, por parte do público em
geral, será tudo menos unânime.
Como
nota introdutória, salienta-se a falta de comparência de uma
senhora munícipe inscrita para intervir no hemiciclo e que não apareceu. Alegadamente, a interveniente, inscrita há muito tempo,
não esteve presente por desconhecer a data de realização da sessão e,
ao que parece, por não ter sido avisada pelos serviços camarários.
Continuamos à espera que, conforme prescreve a lei, o mapa das
sessões, de Câmara e Assembleia, seja publicado na página
institucional para segurança jurídica dos interessados. Como o
nosso fado é tirar tudo a saca-rolhas deste executivo PS, vamos
continuar a malhar e à espera.
Ex.mo
Senhor Presidente da Câmara Municipal, senhores vereadores, meus
senhores e senhoras.
Hoje,
mais uma vez procurando sensibilizar este executivo para questões
prementes para o desenvolvimento local,
esquecidas ou deliberadamente arrumadas por serem fracturantes, venho
falar da criação
de uma
Sala de Consumo Assistido, as
denominadas Salas de Chuto,
na
Baixa. Como
se sabe,
estes
locais, que no
geral,
de
facto,
ainda não passaram do papel, têm por fim retirar os dependentes
de
substâncias
psico-activas
das ruas e, sobre olhar médico e especializado, tornarem os seus
actos vigiados. Para
além de
prevenir a introdução de germes patogénicos no consumo
intravenoso, com
doenças transmissíveis associadas,
e a promoção da proximidade com os consumidores, visa-se,
sobretudo,
evitar
a sua morte sem
dignidade em
cantos e recantos, como de coisas sem
valor se
tratasse.
Como
é público, foi aprovado o Decreto-Lei n.º 183/2001, de 21 de
Junho, no qual se incluiu a possibilidade de tal programa ser
implementado pelas Câmaras Municipais ou entidades particulares que
lutem contra a toxicodependência, cabendo a autorização para a sua
instalação ao Instituto da Droga e da Toxicodependência.
Nestes
quase vinte anos de vigência da lei, exceptuando Lisboa que, em
ambulatório, vai fazendo experiências no terreno, assim como também
é o caso do Porto, que, há dias, fez saber que neste 2019 será
inaugurado na Invicta o seu primeiro arrojado projecto, o país, com
a classe política a olhar para o lado contrário do que se passa
efectivamente no mundo da adição, embrulhado num silêncio
sepulcral, nem ousa falar de tal cisma.
Para
não fugir à regra, Coimbra, emoldurada na sua habitual hipocrisia
social, assobiando para as estrelas, faz-de-conta que a adversidade
não tem lugar na cidade. Mas, mesmo tentando varrer o problema para
baixo do tapete, o embaraço existe e não pode ser ignorado. Então,
como em tudo na vida, há duas opções: ou continuamos a empurrar
com a barriga ou, com a coragem dos políticos e envolvendo os
munícipes, encaramos a perturbação de frente e tentamos dar
solução.
Todos
temos noção de que é difícil demonstrar ao cidadão comum, pouco
esclarecido e menos receptivo a mudanças sociais que chocam, que o
estender a mão, dando sem nada exigir em troca numa primeira fase,
implica identificar, prevenir e enfrentar grandes tragédias em
muitas casas portuguesas, neste presente e futuro próximo. Sim,
porque o consumo de drogas, leves ou duras, sem controlo, é
terrorismo que, sem escolha entre pobres e ricos, mata no silencio e
transversalmente e destrói muitas famílias.
Na
Baixa, apesar da toxicodependência ser preocupante, só não é de
maiores consequências, sociais e económicas, graças ao admirável
trabalho de muitos técnicos que desenvolvem a sua actividade em
instituições junto ao Terreiro da Erva. Beneficiando deste momento
para os agraciar, aproveito também para lançar o alerta de que no
dia em que se transferirem estes serviços de apoio para outra zona o
Centro Histórico fica entregue à sua sorte. Depois não se queixem.
Para
justificar a criação de uma estrutura desta envergadura na Baixa,
convido os senhores a visitarem ao entardecer e ao cair da noite as
zonas da Loja do Cidadão e do Terreiro da Erva. Perceberão que,
enquanto interessados que querem o melhor para Coimbra, não podem,
nem devem adiar mais esta problemática.
Na
qualidade
de Presidente
da República, quando a medida legislativa foi aprovada em
2001,
Jorge Sampaio disse o seguinte:
“Em tempos dominados pelo medo e pela regressão, é bom ouvir uma
história de sucesso. Mas o que era inovador no passado tem que ser
mantido sob controlo permanente. As políticas públicas precisam de
se adaptar às novas tendências e enfrentar os desafios emergentes e
de longo prazo. Nós não podemos descansar com os louros obtidos.
Todos os países, todas as cidades, todas as comunidades podem fazer
mais e melhor pela redução dos danos”.
Para
terminar, interrogo: vale a pena pensar nisto?
TEXTOS RELACCIONADOS
CRÓNICA DO MALHADOR (2)
CRÓNICA DO MALHADOR (3)
CRÓNICA DO MALHADOR (4)
CRÓNICA DO MALHADOR (5)
"CRÓNICA DO MALHADOR (6)
TEXTOS RELACCIONADOS
CRÓNICA DO MALHADOR (2)
CRÓNICA DO MALHADOR (3)
CRÓNICA DO MALHADOR (4)
CRÓNICA DO MALHADOR (5)
"CRÓNICA DO MALHADOR (6)
EDITORIAL: POR QUEM CHORAM AS VELHARIAS?
Neste
último Sábado realizou-se a Feira das Velharias de Coimbra, no
Terreiro da Erva. Vá-se lá saber o porquê, a Polícia Municipal
obrigou os vendedores a retirarem as suas viaturas paradas no parque
adjacente ao largo – apesar disso, pelos vistos e alegadamente,
ainda foi multada uma senhora comerciante de velharias.
Segundo
um expositor que estava presente a vender, de Pombal, mas que pediu o
anonimato, “É uma vergonha! Obrigaram-nos a retirar as
viaturas. Todos reclamámos do procedimento. O agente
disse textualmente que o estacionamento era para residentes. Disse
também que neste Sábado não multava mas, para minha estranheza
apontou no caderno as nossas matrículas. Por outro lado, sem que se
entenda muito bem, passaram uma multa a uma senhora. Quando a colega
foi perguntar se lhe retirava a coima, ele disse que as multas
não são para tirar!
Não
é fácil aguentar isto! Chegamos à cidade cerca das 5/6h00 da manhã
e, com o material dentro, naturalmente, ficamos nas viaturas até ser
dia. Se continuar assim, como fazemos? Houve uma revolta de todos.
Não nos podem prender ali dentro, com os pinos levantados até à
hora que querem. Parecem tratar-nos como seus funcionários.”
MAS…
AO SÁBADO?
Começo
por lembrar que há cerca de um mês deu entrada na autarquia um
abaixo-assinado subscrito por 37 pessoas e defendido por mim no Executivo municipal. Entre vendedores e
simpatizantes, pediam a transferência deste certame para o berço
que o viu nascer, ou seja, para a Praça do Comércio. Alegando falta
de condições para vender no actual espaço, sobretudo, os
vendedores expunham as suas razões.
Por
outro lado, saliento, desde 2001, aquando da entrada em cena da
coligação entre o PSD e CDS-PP e até 2013 (quando o PS ganhou a
Câmara), havia um entendimento tácito entre os serviços
municipalizados e a Polícia Municipal para que, tentando chamar mais
visitantes e tendo em conta o valor maior do interesse da zona, ao
Sábado não fosse cobrado o pagamento de estacionamento público. Em
consequência, obviamente, a paragem de veículos era livre.
Porque
mudou o procedimento? Querem matar a Feira de Velharias? É, não é?
Confessem, que pode ser que sejam indultados de tanta maldade e falta
de inteligência.
sexta-feira, 24 de maio de 2019
PARABÉNS AO NOSSO “CALINAS”


O
nosso “Calinas” comemora hoje 89 anos. Antes de escrever
qualquer coisinha, os nossos sinceros parabéns ao diário mais
antigo que se publica na cidade. Como semanário, com 102 anos de
existência, o mais vetusto é “O Despertar”.
Não
se pense que, pela venerável idade, o nosso prístino passa os dias
sentado no sofá com a manta sobre os joelhos a ver filmes
pornográficos, recordando outros tempos de virilidade, e a noite a
sonhar com uma garota nua a cavalgar um cavalo branco. E,
sei lá, calculem até que o nosso aniversariante, devido à idade,
em vez de acertar na sanita mija sempre fora. Homessa!
Quem disse que a idade é sinónimo de incapacidade, física e mental, de revitalização
e adaptação
aos novos tempos?
É
provável que o
facto do macróbio ser muito libidinoso, com uma sensualidade à
flor da pele,
que resultou sempre numa atracção fatal para o belo
mulherio
de
todas as
idades,
por quem se fez sempre rodear, pode explicar em parte a força
espiritual
que o locomove. Um pouco a cair na libertinagem foi sempre igual a si
mesmo -sobretudo os mais velhos recordam, há cerca de vinte e cinco
anos, o célebre “Festival
de Fados
do Paião”.
Então
não é que –vá-se lá saber porquê?- na palavra “fados”,
a segunda letra passou
a “o”
e a quarta passou
a “a”.
Então,
o
que é que ficou? Olhe, um fartote de rir a bandeiras desfraldadas cá
no burgo da
pasmaceira.
Nesse tempo algo
não muito
distante, mas
carregado de saudade, ainda
não tínhamos o
Berardo para rir por nós e de nós. Sabendo
que no banco todos pagavam as suas dívidas por igual, o pessoal
ainda ria, e sorria, sem pedir licença.
Claro
que nessa altura, aliás
como hoje,
como sou muito púdico – sempre fui assim -, palavra!,
pela alminha
da minha avozinha, que
Deus tenha em boa guarda,
fiquei muito preocupado. Ai isso fiquei! Em solilóquio, cá com os
meus botões, pensei: “queres
ver que este safado deu em libertino sexual?”.
Sim porque já nessa altura o meu amigo “Calinas”
fazia 64 anos. Já com esta provecta idade, seria caso para ter algum
juízo. Era ou não era? Pois era!
Mas
esse tempo de trocar as letras como se trocava de camisa passou. Os
computadores, para o bem e para o mal, vieram trocar as voltas à
imprensa -quem diria que estes revolucionários instrumentos se
transformariam em coveiros da nossa leitura em papel?
Mas
deixemos as coisas más desta vida, que tristezas não pagam dívidas
-tomemos a lição de “mister
Joe”
- e felicitemos o nosso querido “Calinas”:
Parabéns e longa vida!
BAIXA: UMA MARCHA INTERROMPIDA

Emanado
da direcção da Marcha de Vale do Açor, o comunicado chegou à
Página da Câmara Municipal de Coimbra (Não Oficial) para
publicação. E, conforme imagem acima, diz o seguinte:
“A
Marcha de Vale do Açor vem por este meio informar todos os
interessados que a saída do dia 14 de junho (Noite Branca) na nossa
cidade de Coimbra foi cancelada.
Todos
os anos, este evento é organizado pela Agência Promotora da Baixa
de Coimbra (Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra, APBC),
onde participam várias marchas do concelho e do distrito de Coimbra,
todas por igual. Acontece que, este ano, numa reunião previamente
realizada apenas algumas marchas do concelho de Coimbra e os
organizadores do evento, decidiram excluir as marchas fora do
concelho de Coimbra, não permitindo que estas passassem nas ruas
principais de atuação, nem que estas pudessem atuar na Praça 8 de
Maio, local este que sempre foi o palco principal de atuação e onde
a maioria das pessoas, visitantes, aguardam a chegada e atuação
das marchas.”
Na
qualidade de administrador desta referida página com mais de 6500
membros, convidei a direcção da APBC a manifestar-se e a exercer o
contraditório?
Até
chegar, se vier, não tecerei qualquer comentário.
terça-feira, 21 de maio de 2019
A CÂMARA MUNICIPAL DE COIMBRA E O DÉFICE DE PARTICIPAÇÃO PÚBLICA

(Imagem de Leonardo Braga Pinheiro)
“Embora
agendada para as 17h00, no fim do período da Ordem do Dia,
a
intervenção pública começa sempre, no mínimo, com uma hora de
atraso.
Já
se iniciou com duas e meia e até mais de quatro horas. Havendo
interesse
em
promover a comparência de cidadãos na discussão política da
cidade,
é
urgente alterar o Regimento, do período de Antes da Ordem do Dia,
para
a abertura dos trabalhos às 15h00.”
“Quem
vai a uma sessão pública camarária, por um lado, é
o
seu último recurso para ser ouvido porque terá um problema
para
resolver e, pela falta de resolução atempada, se sentirá
lesado
pela ineficácia da administração.”
Devido
a um incidente processual, desde Fevereiro último, na qualidade de
munícipe ferido na sua dignidade, vi-me empurrado para intervir nas
sessões abertas ao público da Câmara Municipal de Coimbra.
Como
se sabe, por força de lei substantiva,
as reuniões do
Executivo municipal
decorrem
duas vezes por mês.
Em
cada sessão
ordinária há um período de Antes
da Ordem do Dia – que
tem
a duração máxima de sessenta minutos e destina-se ao tratamento de
assuntos gerais de interesse autárquico
-
e um período de Ordem
do Dia
– que
inclui
um período de apreciação e de votação das propostas constantes
da ordem do dia - e um período de Intervenção do Público. Esta
fase, dedicada a pessoas singulares e colectivas, está prevista no
Regimento para as 17h00.
Nos
últimos três meses, exceptuando
a minha presença assídua,
só
aconteceram duas intervenções
no hemiciclo.
Talvez fosse interessante esmiuçar
e tentar perceber o que concorre para esta não
participação
pública. Sem
ordem preferencial, vou elencar algumas dificuldades de acesso e
correspondente solução:
Primeiro,
a
obrigação da inscrição ter de ser realizada com cinco dias de
antecedência, quer para a Assembleia Municipal, quer para a Câmara
Municipal, é
um muro burocrático para tentar obstaculizar a participação
popular.
Pressupõe-se que este prazo deveria
ser
para que, após a exposição do assunto pelo munícipe, o vereador
responsável pelo pelouro pudesse
estar documentado para responder com atenção
e minúcia.
Acontece que nestes meus três meses de interferência nem uma só
vez presenciei um retorno incisivo às questões formuladas. Logo,
por silogismo, deveria permitir-se a inscrição para as sessões até
uma hora antes do seu começo.
Segundo,
embora
agendada
para as 17h00, no
fim do período da Ordem
do Dia,
a intervenção pública começa sempre, no
mínimo,
com uma hora de atraso. Já se iniciou com duas e meia e até mais de
quatro horas. Havendo
interesse em promover a
comparência de cidadãos na discussão política da cidade, é
urgente alterar
o Regimento,
do
período de Antes
da Ordem do Dia,
para
a
abertura dos trabalhos às 15h00.
Terceiro,
num
alheamento pouco profícuo do ponto de vista político, raramente a
oposição pede a palavra para defender o cidadão e interpelar o
executivo com pelouro sobre a resolução do problema que o levou
ali.
Quarto,
a
sala onde se realizam as reuniões de Câmara, por ser acanhada,
pouco
cómoda, com bancos de madeira, não
detém a dignidade que deve acompanhar um parlamento local. Algumas
vezes o público que assiste às sessões é obrigado a permanecer de
pé por insuficiente oferta de lugares. É absolutamente necessário
passar a usar o Salão Nobre, ao lado, onde predomina uma centena de
cadeiras almofadadas.
Para
estimular a convocação dos jovens na vida política da polis,
dever-se-ia
convidar
escolas, do ensino secundário, e faculdades, do ensino
superior,
para levarem os seus alunos a presenciarem in
loco
o desempenho dos actores políticos.
Quinto,
nestes três meses da minha permanência no parlamento local, nos
assuntos de interesse público que lá levei, nunca
mereceu
uma linha por parte da imprensa local - nomeadamente
o Abaixo Assinado
subscrito pelos vendedores de velharias do Terreiro da Erva a pedirem
a mudança para o antigo espaço da
Praça do Comércio,
assim como o descontentamento dos comerciantes das ruas da calçada
sobre a intervenção dos agentes da fiscalização municipal.
Quem
vai a uma sessão pública camarária, por um lado, é
o seu
último recurso para ser ouvido porque
terá
um problema para resolver e, pela falta de resolução atempada,
se sentirá lesado pela ineficácia da administração. Por
outro, numa
lógica diferente, quem
mostra
assuntos de carácter geral terá
algo a dizer sobre
a cidade e, apontando o problema, pretende fazer parte da solução.
Ora,
a comunicação social local ao excluir o munícipe da informação
pública
do
que se passa no interstício da governança,
não lhe dando relevo para elevar
o
seu grito desesperado, ou não, diminuindo
o seu direito, está
colocar-se de forma abjecta ao lado do poder que
detém a solução. Contribuindo
para as assimetrias sociais, ignorando
o protesto do cidadão, não dando
importância à sua queixa, afastando-a
do
conhecimento
público, a comunicação escrita está a contribuir para o
arrastamento do problema pelos corredores da
inaplicabilidade.
Abandonando
o cidadão à sua sorte, esquecendo-o num momento de grande
ansiedade, é como se a imprensa, sofrendo de astigmatismo,
distorcendo
o que vê, contribuísse deliberadamente para a infelicidade individual e injustiças colectivas do mundo.
P.S:
Como
tenho a sorte de poder escrever com facilidade, tenho conseguido
publicar na página do “Fala
o Leitor”
do Diário de Coimbra -para cuja redacção vai o meu agradecimento- os assuntos de índole geral que entendo levar ao Executivo.
segunda-feira, 20 de maio de 2019
BAIXA: A FESTA DA FLOR E DA PLANTA ENTRE O CUSTO E O BENEFÍCIO
No
âmbito do
Dia
Internacional do Fascínio das Plantas,
criado em 2012 pela EPSO, European Plant Science Organization, neste
último Sábado, 18 de Maio, pela Câmara Municipal de Coimbra foi
promovida uma edição especial da Festa
da Flor e da Planta,
cuja alegoria já vem do tempo do saudoso Mário Nunes, à época,
então vereador da autarquia.
Durante
a madrugada de Sexta-feira para Sábado, dezenas de voluntários,
membros de vários grupos de folclore e associações congéneres,
numa dedicação digna de nota, construíram vários tapetes florais
no
chão ao
longo de várias ruas, praças, largos, escadas e patins de várias
igrejas da Baixa. Pela beleza, pelo trabalho minucioso de realização,
pelas obras de arte, com a vinda de vários milhares de visitantes à
zona histórica, o aplauso foi unânime. É
para repetir?
Cerca
das 18h00 do mesmo dia de Sábado, isto é, escassas nove horas
depois, sob orientação camarária, um exército de funcionários da
limpeza varreu tudo para o lixo. Ou seja, o desempenho de dezenas de
esforçados altruístas, numa frieza que dá que pensar em
desrespeito,
foi completamente destruído. Estará certo o procedimento?
Mesmo
sem levar em conta a
barata
mão-de-obra
dos abnegados criadores, podemos perguntar: quanto custou ao erário
público a matéria-prima constituída pelas flores e outras plantas
ornamentais?
Sabendo
nós que a Cultura é o esteio que religa a sociedade, no
desenvolvimento económico, indústria,
comércio
e serviços, na inclusão social, no progresso equitativo
do território, contudo,
existe uma premissa importante: todo o investimento público aplicado
na Cultura, num balanço ponderado entre custo e benefício, deve
gerar riqueza num retorno a médio ou longo prazo.
Por
silogismo, dá para ver que este projecto realizado este ano na
Baixa, por
estar
ferido
do
efémero, nos
mesmos moldes, não serve para
o futuro.
Ainda que todos batam palmas em aclamação, assim,
não
pode, nem deve repetir-se. O dinheiro nosso, resultado dos nossos
impostos, sendo o sangue que nos corre nas veias, não pode
esbanjar-se desta maneira, frívola,
fútil
e
sem ambição.
Então, pode interrogar-se, qual a alternativa?
Entre
outras soluções possíveis, para o próximo ano, somente deve
ornamentar-se com flores naturais as frentes dos monumentos
nacionais. O
alindamento das ruas, largas e estreitas, deve
passar a fazer-se
com
tapetes
de flores em papel pregadas
em rede e suspensos sobre as cabeças
dos passantes.
Por outro lado, mantendo-a em exibição, pelo menos, durante uma semana, a decoração
deve ser alargada a todos, moradores e comerciantes, que queiram
participar no evento.
Vale
a pena pensar nisto?
sábado, 18 de maio de 2019
E A BAIXA FICOU TODA PERFUMADA
Num
espectáculo de rara beleza, hoje de manhã, as principais ruas da
Baixa apareceram engalanadas por tapetes florais. Como um milagre das
rosas, e a fazer lembrar a ilha da Madeira, inevitavelmente pelo seu
momento de graciosidade, ninguém ficou insensível a tanta
formosura.
Graças
aos voluntários dos vários grupos folclóricos e associações, que
começaram a trabalhar cerca das 06h00 da manhã de hoje, foi
possível apresentar um trabalho de tão grande excelência. Sem
esquecer a Câmara Municipal de Coimbra pela iniciativa, os parabéns
vão quase por inteiro para os obreiros que, graças à sua
generosidade, transformaram a Baixa num postal ilustrado como nunca
se viu.
Ao
abrir o seu estabelecimento na Praça do Comércio, e perante os
arranjos no patim da Igreja de São Tiago, uma senhora profissional do comércio exclamou: “está
lindo! Lindo! Lindo!”
Uma
determinação que deve ser repetida no futuro, nem que para isso
acontecer com maior garra de competitividade e espalhando a todas as
ruas da Baixa se deva envolver os comerciantes locais nos arranjos.
A
RUA DAS PADEIRAS FOI OUVIDA
Depois
de ontem ter plasmado aqui a revolta dos comerciantes da Rua das
Padeiras por a principal artéria comercial da Baixa não ter sido
incluída nos arranjos florais, hoje de manhã, encontrámos a via
com um tapete de flores sensivelmente a um terço do seu comprimento.
É pouco? Pode ter sido, mas, tendo em conta que só ontem à tarde
os profissionais da compra e venda se lembraram de protestar, sendo justo, o que está
feito representa um acto de boa-vontade por parte da autarquia que se
deve enaltecer. Parabéns ao Departamento de Cultura da Câmara
Municipal de Coimbra pela decisão.
sexta-feira, 17 de maio de 2019
CÂMARA TIRA O TAPETE À RUA DAS PADEIRAS E OS COMERCIANTES SENTEM-SE DISCRIMINADOS

No
âmbito do Dia Internacional do Fascínio das Plantas, criado
em 2012 pela EPSO, European Plant Science Organization, e que será
comemorado amanhã, 18 de Maio, promovida pela Câmara Municipal de
Coimbra, vamos assistir a mais uma edição da Festa da Flor e da
Planta, cuja primeira edição na Baixa começou muito antes da
classificação internacional.
Segundo
um comunicado da autarquia de Coimbra, “em virtude do sucesso
das edições anteriores junto do público (…) e no intuito de
incutir uma nova dinâmica ao evento, a reforçar o seu sucesso,
vimos informar que através da colaboração de Grupos
Folclóricos/Associações (este ano) será concretizado um
novo projecto em que consiste em enfeitar com tapetes de flores
alguns espaços da Baixa, nomeadamente: Patim da Igreja de Santa
Cruz, início da Rua Direita, Rua da Louça, Rua do Corvo, Largo do
Poço, Rua dos Sapateiros (Eduardo Coelho), Escadas de S. Tiago, Rua
Adelino Veiga, Escadas do Gato.
Os
tapetes têm 60 cm de largura e ocuparão as áreas centrais das
referidas ruas, pelo que solicitamos a compreensão e colaboração
para eventuais transtornos e sobretudo para ajudar a preservar estes
trabalhos artísticos, os quais serão montados a partir da noite e
madrugada do dia 18 de Maio.”
COMERCIANTES
DA RUA DAS PADEIRAS MANDAM-SE AO TAPETE
Maria
de Lurdes, da loja de pronto-a-vestir Bambina, Clara Pessoa e Vitor
Espírito Santo, da sapataria Pessoa, Olinda Santos e Joaquim Santos,
da ourivesaria Safira, um grupo de comerciantes da Rua das Padeiras,
insatisfeitos por a sua artéria comercial não fazer parte do
roteiro floral, deslocaram-se durante a tarde de hoje à edilidade
para lavrarem o seu protesto.
Segundo
Maria de Lurdes, da Bambina, “na Câmara Municipal fomos
recebido por um senhor ligado ao turismo, por sinal muito simpático,
que, através do telefone nos remeteu para uma senhora funcionária
técnica da Casa Municipal da Cultura. Algo áspera, parecia nem nos
ouvir. Ao nosso queixume, respondeu: “este ano, uma vez que é
assim que está programado, é assim que fica. Isto porque a Rua das
Padeiras não foi contemplada no projecto. E não tenho nada a
dizer!”
Continuando a citar Maria de Lurdes, “não somos iguais aos outros? Sinto-me furiosíssima!”
Continuando a citar Maria de Lurdes, “não somos iguais aos outros? Sinto-me furiosíssima!”
quinta-feira, 16 de maio de 2019
O FUNCIONÁRIO PÚBLICO E O COMPUTADOR

Nesta
Quarta-feira, 15 de Maio, com as temperaturas a rondarem os 30 graus
Celsius, o relógio marcava uns minutos depois das catorze. Em passo
apressado, envolvido em pensamentos, dirigia-me para a 2.ª
Repartição de Finanças, na Avenida Fernão de Magalhães. Na
Auto-Industrial, junto aos semáforos, fui despertado pela voz fina
do cauteleiro Valdemar que, com duas fracções de lotaria na mão,
apelava : “só restam estas duas. São mesmo as últimas!”
O
Valdemar Ribeiro Simões Martins, agora com 72 anos, invisual desde
tenra idade quando, devido à meningite, lhe foram retirados os
olhos, é uma figura típica da Baixa, normalmente com assento na
porta de entrada do Centro Comercial Sofia, na rua com o mesmo nome.
Volta e meia, sobretudo quando o encontro, adquiro-lhe uma
promissória da sorte.
Mais
uma vez dividido entre o calculismo da esperança de ganhar um prémio
e o ajudar a manter-se no ofício de cauteleiro, profissão em
desaparecimento e que só subsistirá se contribuirmos, sustive o
passo. Para lhe pagar os quatro euros da lotaria popular tinha uma
nota de dez euros e o icónico personagem da cidade não tinha trocos
para retribuir. Como já é habitual da sua parte, insistiu que
levasse comigo os números mesmo sem contra-pagamento. À minha
pergunta e se eu não voltar? Prontamente, respondeu: “eu
conheço-o! E sei que não me faria uma coisas dessas!”. Fui
beber um café, troquei a nota e, regressando para junto dele, deixei
todas as moedas.
Rompendo
por entre uma muralha de pessoas na entrada da administração
fiscal, retirando a senha correspondente ao meu assunto,
encaminhei-me para a secção, no primeiro-andar. No dia anterior já
estivera no mesmo local e foi-me dito pelo funcionário que precisava
de retirar da Internet um impresso referente ao assunto que lá me
levou e depois de preenchido era só entregar. Com imensa dificuldade
no preenchimento do modelo requerido, lá estava pronto para iniciar
o processo.
Chegou
a minha vez de ser atendido por volta das 15h00. Havia um problema:
faltava ainda um anexo, que não fora informado devidamente no dia
anterior. Pensando resolver desta vez tudo, passei ao rés-do-chão
para adquirir o dito anexo. Com cerca de quarenta contribuintes de
diferença entre o número em presença e a minha senha, dispus-me a
aguardar serenamente. Foi então que nas minhas costas comecei a
ouvir uns clamores de revolta: “já viram isto? Como é que,
sendo hoje o dia 15 e data de acerto de contas do IRS, estão a
mudar os computadores na hora de expediente?”.
Com
dois técnicos de informática a substituírem as máquinas, no
interior da repartição a desorientação por parte dos funcionários
era total. Se era certo que as reclamações do público assistente
eram uma espécie de ondas do mar, tanto se elevavam rapidamente como
logo a seguir se pagavam, a verdade é que o caos estava instalado.
Foi então que um proprietário de um estabelecimento próximo, com
um maço enorme de impressos acompanhados por cheque, foi ao balcão
e pediu explicações. Veio a chefe de secção e, tentando
contemporizar, com alguma bonança associada, lá foi dizendo que a
ordem de substituição viera de Lisboa e o homem lá acalmou.
A
porta principal da administração foi encerrada às 15h30 para poder
dar atendimento a todos os que esperavam.
Faltavam
dez minutos para as quatro horas – horário de encerramento – uma
funcionária interrogou se havia alguém para assuntos sem ser de
IRS. Levantei-me e referi que pretendia apenas um anexo2 para
concluir a minha diligência. Rapidamente tratou de a conseguir.
Havia um problema: a cópia custava 40 cêntimos e eu não tinha
moedas. Simpaticamente, disse: “não importa, vá lá acima e
veja se resolve o seu problema. Eu pago do meu bolso. Quando
puder, vem pagar-me, não se preocupe!”
Corri
para o andar cimeiro, faltavam ainda uns oito minutos para o fecho da
repartição. Com sorte, pensei para mim, a funcionária ajudava-me a
preencher a folha e eu terminava o meu fadário. Engano meu! Nem
pensar, argumentou a técnica! Não me ajudava a preencher o
formulário porque não podia. Tinha de ser eu a fazer a menção.
Que fosse à Internet, que lá se explicava tudo!
Furioso
que nem um cão raivoso, vim embora com o rabo entre pernas. Se é
certo que, como em todas profissões, nem todos os funcionários
públicos são iguais, o que está acontecer? Será uma questão de
humanismo em desaparecimento, ou é muito mais profundo?
Na
volta, reparei que o cauteleiro Valdemar já tinha partido. Em
reflexão, sendo ele info-excluído, sem ajuda, como será a sua relação com a Autoridade
Tributária?
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