sexta-feira, 24 de maio de 2019

PARABÉNS AO NOSSO “CALINAS”


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O nosso “Calinas” comemora hoje 89 anos. Antes de escrever qualquer coisinha, os nossos sinceros parabéns ao diário mais antigo que se publica na cidade. Como semanário, com 102 anos de existência, o mais vetusto é “O Despertar”.
Não se pense que, pela venerável idade, o nosso prístino passa os dias sentado no sofá com a manta sobre os joelhos a ver filmes pornográficos, recordando outros tempos de virilidade, e a noite a sonhar com uma garota nua a cavalgar um cavalo branco. E, sei lá, calculem até que o nosso aniversariante, devido à idade, em vez de acertar na sanita mija sempre fora. Homessa! Quem disse que a idade é sinónimo de incapacidade, física e mental, de revitalização e adaptação aos novos tempos?
É provável que o facto do macróbio ser muito libidinoso, com uma sensualidade à flor da pele, que resultou sempre numa atracção fatal para o belo mulherio de todas as idades, por quem se fez sempre rodear, pode explicar em parte a força espiritual que o locomove. Um pouco a cair na libertinagem foi sempre igual a si mesmo -sobretudo os mais velhos recordam, há cerca de vinte e cinco anos, o célebre “Festival de Fados do Paião”. Então não é que –vá-se lá saber porquê?- na palavra “fados”, a segunda letra passou a “o” e a quarta passou a “a”. Então, o que é que ficou? Olhe, um fartote de rir a bandeiras desfraldadas cá no burgo da pasmaceira. Nesse tempo algo não muito distante, mas carregado de saudade, ainda não tínhamos o Berardo para rir por nós e de nós. Sabendo que no banco todos pagavam as suas dívidas por igual, o pessoal ainda ria, e sorria, sem pedir licença.
Claro que nessa altura, aliás como hoje, como sou muito púdico – sempre fui assim -, palavra!, pela alminha da minha avozinha, que Deus tenha em boa guarda, fiquei muito preocupado. Ai isso fiquei! Em solilóquio, cá com os meus botões, pensei: “queres ver que este safado deu em libertino sexual?”. Sim porque já nessa altura o meu amigo “Calinas” fazia 64 anos. Já com esta provecta idade, seria caso para ter algum juízo. Era ou não era? Pois era!
Mas esse tempo de trocar as letras como se trocava de camisa passou. Os computadores, para o bem e para o mal, vieram trocar as voltas à imprensa -quem diria que estes revolucionários instrumentos se transformariam em coveiros da nossa leitura em papel?
Mas deixemos as coisas más desta vida, que tristezas não pagam dívidas -tomemos a lição de “mister Joe” - e felicitemos o nosso querido “Calinas”: Parabéns e longa vida!

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