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LEIA AQUI O DESPERTAR DESTA SEMANA

Para além do "Bragas com Chapéu", deixo também um texto de reflexão que escrevi e uma coluna de "Rapidinhas".

REFLEXÃO: VENHAM MAIS SISTEMAS

 Esta semana, fazendo recordar um tempo recente e de infeliz memória, a perfumaria Pétala foi assaltada durante a noite. Este estabelecimento dista cerca de 70 metros da 2ª Esquadra da PSP. Para além disso, a meia centena de metros, em linha recta, tem uma câmara de videovigilância na frontaria da autarquia e cujo sistema, tão idolatrado por ministros da Administração Interna, custou há cerca de dois anos cerca de 150 mil euros. Ainda mais, todas as entradas das ruas da Baixa têm uns pinos que podem impedir o acesso automóvel às ruas estreitas. O seu custo, no ano 2000, foi de 80 mil euros.

Vamos a questões. Se a loja está a menos de uma centena de metros de uma esquadra, porque razão foi não detectado o movimento? Resposta: porque este quartel durante a noite é apenas um edifício vazio. Não tem cívicos, nem dentro nem fora, para policiar as ruas.

Outra questão ainda: se o espaço comercial está a menos de 50 metros de uma câmara de videovigilância, porque razão não foi assinalada a intrusão? Resposta: porque, mais que certo, atrás dos visores não estará ninguém a monitorizar o que se passa na via pública. Limitam-se a gravar imagens e, “a posteriori”, ir tentar remediar o irremediável.

Última interrogação: porque razão os pinos só estão a funcionar durante o dia, se, conforme se constata, é durante a noite que a sua eficácia é mais necessária? Resposta: porque ninguém se importa com o património alheio. Trata-se simplesmente de um sistema “faz-de-conta”.

Só para contextualizar, os gatunos, num tempo de pouco mais de um minuto, destruíram o estabelecimento, roubaram em perfumes cerca de 30 mil euros, e mandaram para o charco um homem bom, trabalhador, e que não merece. Há culpados para toda esta ineficiência e desrespeito? Valerá a pena trabalhar na Baixa nestas condições de insegurança?

RAPIDINHAS

* Está a decorrer no comércio da Baixa a “Campanha Solidária a favor de Armindo Gaspar”. Este comerciante da Rua Visconde da Luz, para além de já estar a atravessar graves problemas, esta semana, de domingo para segunda-feira, a sua loja foi assaltada e vandalizada. Se algum dos leitores sentir que pode ajudar, deixe o seu donativo num envelope por debaixo da porta da perfumaria Pétala.

* Esta semana encerrou uma das lojas das Modas Veiga, no Largo da Freiria, por, segundo Francisco Veiga, ser impossível manter o arrendamento devido ao seu valor elevado. Continua-se a assistir na Baixa a um questionável comportamento dos proprietários de arrendamentos novos.

* Depois de um violento incêndio em Novembro, último, reabriu completamente remodelada a “Orquídea Silvestre”, na Rua das Padeiras. Esta loja de flores tem por aqui fama de as suas rosas vermelhas terem um perfume inebriante e fazerem milagres na junção de casais desavindos.

* João Silva, presidente da Direcção dos Bombeiros Voluntários de Coimbra, continua a bater a todas as portas da sensibilidade para a causa dos bombeiros. Um persistente lutador que, como prémio, pelo menos, já teve um pequeno cheque da Câmara Municipal.