sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

"A AJUDAR ENOBRECI SEM NUNCA OLHAR PARA MIM"



 “Eu gosto de ajudar os outros. Sempre gostei. Aprendi com o meu paizinho. Lembro-me, tinha eu 17 anos, por volta de 1943, ele trabalhava nos Grandes Armazéns do Chiado, ali na Rua Ferreira Borges. O meu pai tinha uma frase paradigmática, e que nunca me esqueci, sempre que alguém ia ter com ele a pedir, dizia: “a ajudar enobreci sem nunca olhar para mim”. Dava para os bombeiros, dava para todos que lhe pediam. Nesse tempo não havia Previdência –só veio muito mais tarde. Não havia reformas. Pois aconteceu uma coisa interessante. Por essa altura de 1943, ele teve um AVC, Acidente Vascular Cerebral, e ficou impossibilitado de trabalhar. Durante 17 anos, enquanto o meu pai foi vivo, os patrões dos Armazéns do Chiado sempre lhe pagaram o ordenado como se ele estivesse normalmente a exercer.”

(História recolhida por um destes dias e contada por um dos mais antigos comerciantes em exercício na Baixa de Coimbra)


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