quinta-feira, 2 de setembro de 2010

UM COMENTÁRIO RECEBIDO (SOBRE...)




Anónimo deixou um novo comentário na sua mensagem "UM COMENTÁRIO RECEBIDO (SOBRE...)": 
 
É pelo laxismo e irresponsabilidade que resulta das palavras do Sr.º Jorge Neves é que as coisas estão no estado em que estão.
Claro que é da falta de regulamentação e de, volto a repetir, laxismo idêntico, dos poderes políticos que estamos a falar. Os vendedores e vagabundos que enxameiam a Praça do Comércio, só estão, nas palavras dos próprios, a ganhar a vida aproveitando o “deixa andar” dos políticos. Nisso estamos de acordo, os políticos são os principais responsáveis.
Mas não é pelo facto de eu saber que a justiça em Portugal não funciona que eu vou andar por aí a matar e a roubar. Há princípios e valores que cada cidadão deve ter imanente na sua educação e que enquanto ser civilizado e respeitador que é, ou deve ser, se impõe siga no seu dia a dia.
Não me diga que é pelo facto de o autor do grafite que bem evidencia a foto do Sr.º Luís, saber que nada lhe acontece, porque não é identificado e ainda que o fosse não seria punido, o que o legitima a continuar a vandalizar.
Se cada um respeitar o que é do outro e de todos colectivamente, como é o caso concreto do património histórico, a regulamentação de que fala é desnecessária. Só existe necessidade de regulamentação, que outra coisa não é que a imposição de regras, porque alguém viola os valores que as mesmas pretendem defender.
Por ultimo e directamente para o Sr.º Jorge Neves; não mais aqui comentarei, porque sempre o fiz de boa fé e respeitando terceiros, em obediência a um superior dever de cidadania, por isso, por favor não confunda a minha actuação com a por si designada " provocação gratuita".
Um abraço de admiração e respeito para o Sr.º Luís Fernandes, esse sim um verdadeiro defensor da causa pública. 



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NOTA DO EDITOR:


 Começo por lhe agradecer as suas palavras meu caro anónimo. Apesar de o senhor usar este estatuto -que confesso não gostar-, tenho de reconhecer que, pela forma correcta como se exprime, acredite, até me esqueço que está a usar este meio de camuflar a sua identidade. Tenho a certeza que só uma razão forte o impedirá de se identificar, e, como tal, meu caro, respeito e não vejo nenhuma razão para não deixar de continuar a manifestar a sua opinião.
Como sabe melhor do que eu –porque me parece jurista ou advogado-, a Dialéctica é um método de argumentação cujo objecto é a contraposição e contradição de ideias que vão gerar outras ideias. No fundo, como sabe, é a arte que se utiliza nas salas de julgamento para, de argumento em argumento (premissas), que, influentemente, se vão sobrepondo até conseguir formar uma tese demonstrativa que dará elementos para uma ponderação que conduzirá a uma conclusão do juiz. O que quero dizer com isto? Que sem argumentos bem fundamentados e válidos pela convicção não se chegará a uma desfecho. Isto é, se se demitir de defender o que pensa aqui, este jornaleco ficará mais pobre. E afirmo isto com toda a certeza. Como deve saber eu respeito todos os pontos de vista. Para mim, mesmo em opostos, tanto vale o seu comentário como o do Jorge Neves. São argumentos que de uma forma viva rebatem os vossos pontos de vista. Para mim –que agradeço aos dois, e a todos os que ousam comentar- são ambos importantes –aqui vou fazer uma confissão: eu sempre me considerei um tipo emotivo, de "coração ao pé da boca", de “pão, pão, queijo, queijo”. Ora, aqui, faço um papel de mediador. Está ser uma experiência muito interessante, porque sempre achei que não tinha vocação para mediar fosse lá o que fosse. Sempre achei que, como sou um bocado frontal, numa qualquer discussão, eu deveria tomar partido. Está visto que não é assim. Eu tenho a minha opinião, mas, dando toda a possibilidade a qualquer um de se manifestar –seja lá em que direcção for-, acabo por não influir muito numa qualquer contenda verbal, como é o caso desta entre o caro amigo e o Jorge Neves. Acho que os dois defendem o que pensam convictamente. Acho que nenhum está errado. Estão a usar simplesmente a dialéctica que se desenvolve há séculos na nossa Filosofia Ocidental.
Acho também que até ao momento, entre os dois comentários anónimos e o Neves, não há motivo para ninguém se abespinhar. O diálogo, mesmo contando, aqui ali, com alguma palavra mais picada, acaba por ser cordato.
Portanto, meus amigos, em resumo, continuemos todos a defender aquilo que achamos certo –isso é que é fundamental. Claro que é preciso não extravasar, mas, pelo menos até aqui, ninguém o fez. Façam o favor de argumentar. Mesmo fazendo um fraco papel de árbitro, tentarei ser justo. Isto é, publicando os vossos comentários.


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Jorge Neves deixou um novo comentário na sua mensagem "UM COMENTÁRIO RECEBIDO (SOBRE...)": 

 
Caro anónimo, vou respeitar a recomendação do chefe aqui do blogue, mas não posso deixar de lhe responder. Laxismo da minha parte nunca viu nem verá. Se alguém tenta fazer alguma coisa pela Baixa diariamente e de todas as formas sou eu. Não vou chamar outras pessoas para este assunto, gostem ou não gostem da minha maneira de ser. Eu sou assim, agora irresponsável? Gostaria que me dissesse quando e onde? Não tenho poder para legislar e fiscalizar, se o tivesse acredite que muita coisa não estava como está. ”Os vendedores e vagabundos que enxameiam a Praça do Comércio…” está frase nem comentário merece, está a meter tudo no mesmo saco. Os vendedores estão a contribuir para alimentar os vagabundos através dos subsídios que recebem. Claro que a Justiça em Portugal funciona, mas só para alguns, que nos últimos 30 anos são sempre os mesmos. Eu trabalho numa instituição da justiça, por isso não me quero alongar a esse nível, pois não escrevo como anónimo e a democracia que vivemos já tem tiques de ditadura. Será que existe alguma relação entre o grafite, aqueles vendedores e os tais vagabundos? Olhe que não! No último evento realizado pela freguesia, o senhor presidente da autarquia esteve presente, posso lhe garantir que viu o grafite e até comentou os erros ortográficos que estão lá estampados. É fácil identificar o autor, ou melhor, era fácil, caso o sistema de videovigilância estivesse a funcionar.
“Não me acalenta nenhum sentimento persecutório contra os vendedores que infestam, é esse mesmo o termo, a nobre Praça do Comércio e a mais nobre ainda igreja de S. Tiago.
De resto não conheço nenhum, pois quando lá passo, não ando, fujo, pois pessoas dessas são-me transparentes como o vidro, nem para elas olho”, este seu paragrafo não é provocação gratuita? 

1 comentário:

Jorge Neves disse...

Caro anónimo, vou respeitar a recomendação do Chefe aqui do blogue, mas não posso deixar de lhe responder. Laxismo da minha parte nunca viu nem verá, se alguém tenta fazer alguma coisa pela baixa diariamente e de todas as formas sou eu, não vou chamar outras pessoas para este assunto, gostem ou não gostem da minha maneira de ser, eu sou assim, agora irresponsável? Gostaria que me disse-se quando e onde? Não tenho poder para legislar e fiscalizar, se o tivesse acredite que muita coisa não estava como está.” Os vendedores e vagabundos que enxameiam a Praça do Comércio…” está frase nem comentário merece, está a meter tudo no mesmo saco. Os vendedores estão a contribuir para alimentar os vagabundos através dos subsídios que recebem. Claro que a Justiça em Portugal funciona, mas só para alguns, que nos últimos 30 anos são sempre os mesmos. Eu trabalho numa Instituição da Justiça, por isso não me quero alongar a esse nível, pois não escrevo como anónimo e a democracia que vivemos já tem tiques de ditadura. Será que existe alguma relação entre o grafite, aqueles vendedores e os tais vagabundos? Olhe que não! No último evento realizado pela Freguesia, o senhor Presidente da Autarquia esteve presente, posso lhe garantir que viu o grafite e até comentou os erros ortográficos que estão lá estampados. É fácil identificar o autor ou melhor era fácil, caso o sistema de videovigilância estivesse a funcionar.
“Não me acalenta nenhum sentimento persecutório contra os vendedores que infestam, é esse mesmo o termo, a nobre Praça do Comércio e a mais nobre ainda igreja de S. Tiago.
De resto não conheço nenhum, pois quando lá passo, não ando, fujo, pois pessoas dessas são-me transparentes como o vidro, nem para elas olho”, este seu paragrafo não é provocação gratuita?