(IMAGEM DE LEONARDO BRAGA PINHEIRO)
Como me queria inscrever na próxima sessão do executivo aberta ao público, que ocorrerá no dia 14 –e que terá de ser feita a inscrição obrigatoriamente com uma semana de antecedência-, hoje, cerca das 9H30, desloquei-me à Câmara Municipal de Coimbra.
Dirigi-me ao agente da Polícia Municipal que está à entrada e faz a triagem e reencaminhamento das solicitações. Perante o meu pedido, telefonou para o gabinete da presidência. Do outro lado, recebeu instruções para que a minha inscrição e a descrição do assunto fossem feitas no “atendimento”. Perante tais preceitos, lembrei o agente que, tomando em conta procedimentos anteriores, este arrolar foi sempre feito no andar superior e junto do gabinete da presidência. O funcionário, em óbvio assentimento, lembrou que foram as ordens recebidas. E lá fui eu para a secção de atendimento.
Retirei uma senha que marcava 9H37 e aguardei o meu número de vez no placard. Fui chamado eram 9H50. Perante o meu pedido de inscrição, a funcionária foi taxativa: “não é aqui…é no primeiro andar”. Talvez para sublinhar alguma incerteza, virou-se para o colega do lado e interrogou: “olha lá, para a inscrição da sessão pública do executivo… é lá em cima, não é?”. “É!”, ratificou o colega. Aproveitei para mandar o meu primeiro desabafo:” que diabo, não está certo fazerem esperar uma pessoa durante 13 minutos, apenas e só por descoordenação de serviço. Eu já vim cá mais vezes e a inscrição foi sempre feita lá em cima”. A funcionária, talvez preparada para defender a sua dama, passou ao ataque: “e porque é que o senhor não foi lá directamente?”. Naturalmente que não podia, tendo em conta que o funcionário da Polícia Municipal está ali para controlar os ingressos, respondi.
Depois de trocar umas impressões de descontentamento com o agente encaminhei-me para o primeiro-andar. Bati à porta do gabinete da presidência. Veio uma senhora, e depois de lhe explicar ao que vinha, disse: “aguarde um pouco, se faz favor!”. Só passados mais de 15 minutos a grande porta presidencial se voltou a reabrir. Eram 10H10. Mais uma vez voltei a reiterar que esta falta de consideração por um munícipe que pretende intervir numa sessão pública é inadmissível. A funcionária, dividida em o riso simpático e o sarcástico, lá foi dizendo: ”então, não percebo porque não lhe aceitaram a inscrição no atendimento…o senhor até já cá veio tantas vezes!”. Lá me deu uma folha normalizada onde constava umas linhas para a identidade e morada e outras para o assunto em causa. Depois do preenchimento, saí do hall do gabinete da presidência eram 10H20. Ou seja, para fazer uma inscrição, que deveria ser simples, directa e facilitada, demorei 50 minutos.
Quando é que o(s) executivo(s) camarário(s) entende(m) que estes pequenos obstáculos são fatais para o comum do cidadão? Será que estas barreiras de acesso serão intencionais? Porque se anda a gastar tempo, latim e dinheiro na educação dos jovens, apelando à participação política democrática, se, na prática, aparentemente, ninguém está interessado em ouvir o cidadão?
3 comentários:
Sofrer estas experiências e ter coragem e capacidade para as denunciar é um desafio e estimulo.
Não será em vão se ,quando chegar altura dás próximas eleições,nos lembrarmos destas e outras afrontas à cidadania.
CARO MUNICIPE!
TEM TODA A RAZÃO. O PROBLEMA NÃO SÃO OS FUNCIONÁRIOS, MAS SIM O PRESIDENTE DA CÂMARA QUE TRANSMITE ESSAS ORIENTAÇÕES.
O EXECUTIVO NADA TEM HAVER COM ESTE TIPO DE DIFICULDADES.
ESPERO QUE SEJA BEM SUCEDIDO NO PROBLEMA QUE VAI LEVAR Á SESSÃO.
CÁ ESTAREI PARA VER.
Até parece de propósito, a ver se o pessoal desiste... :S
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