A
minha Rua Eduardo Coelho, embora pareça que está sempre igual para
quem cá reside ou exerce a sua profissão, a verdade é que, como
tudo na Natureza é dinâmico, está sempre em mudança. Ou,
historicamente na toponímia, não fosse esta artéria uma via
estreita e sujeita aos novos tempos.
1
-Apenas como curiosidade, com assento na toponímia oficial (que se
iniciou em 1858 e foi promulgada no Código Administrativo de 1878),
foi conhecida como Rua dos Sapateiros até 09 de Dezembro de 1904,
altura em que o topónimo foi substituído por Eduardo Coelho, “em
homenagem ao conimbricense Eduardo José Coelho, um dos fundadores do
“Diário de Notícias”, era a esse tempo Rua dos Sapateiros e
foi formada pelas Ruas de Mompiler (Monpilher ou Monte Pinhel) e dos
Pintadores, tendo aquele nome na parte que vinha até ao terreiro de
Sansão, e este no troço que topava na actual Praça do Comércio”
-in toponímia de Coimbra, de José Pinto Loureiro, 1964.
Até esta altura, 1904, a
sua denominação Rua dos Sapateiros era de cariz popular e
teria em conta o lado corporativista, já que, tal como outras na
Baixa, o seu nome fazia reporte à profissão exercida por artesãos e
negociantes ligados ao calçado.
2
- Até mais ou menos 1990, a Rua Eduardo Coelho, com 15 sapatarias,
conservou estas lojas como ramo maioritário. A partir do início do
milénio, encerrando paulatinamente uma a uma, estas vendas foram
dando lugar a outras ofertas comerciais -hoje há cinco
estabelecimentos que se dedicam por inteiro à venda de calçado.
3
-Em funcionamento desde princípios de 2013, e no lugar da
desaparecida sapataria Angel, vai encerrar proximamente a sapataria
Zinco. Com indicação nas montras, encontra-se já em “Liquidação
Total”.
4
– No antigo espaço da sapataria Reis -que esteve aqui implantada
mais de meio-século-, e que recentemente teve um estabelecimento de
pronto-a-vestir durante cerca de seis meses, abriu hoje a “Loja da
Laura”, um bonito estabelecimento de roupas e calçado dedicado a
crianças desde o nascimento até aos quatro anos. À realizadora do
projecto, Lídia Alves Faria, em nome de todos os colegas -se posso
escrever em representação- desejamos as maiores venturas,
felicidade e sorte.
5
-Depois de uma semana de férias intensas, alegadamente passadas nas
Bahamas, reabriu esta semana a loja “Modas Veiga”. De pele rosada
pelo calor tórrido da ilha do Atlântico, a norte de Cuba, O
Francisco Veiga e a esposa Lucília Veiga (Cila), cheios de força e
disponibilidade anímica, estão prontos a receber os seus muitos
clientes conquistados ao longo de quarenta e cinco anos a exercer na
Baixa de Coimbra.
6
-Por ter comemorado mais um aniversário, tudo indica que esta
semana, em dia anunciar, o Carlos Pereira, um nosso respeitoso e
respeitável camarada de armas, vai
realizar uma grande festa, no largo em frente ao estabelecimento Luz
Luz, a "loja dos milagres da minha rua", com comes e bebes para os
amigos. Vamos aguardar com serenidade e paciência.
7
-Iniciaram-se hoje obras de restauro no prédio mais bonito da nossa
Rua Eduardo Coelho. No edifício, em cujo rés-do-chão actualmente funciona a
loja de lingerie Miss Curvy e outrora a sapataria Paiva, montam-se andaimes e trabalha-se
a todo o gás para alindar o maior ícone de construção entre
o oriental e neo-colonial -digo eu, que nada percebo de estilos
arquitectónicos.
2 comentários:
O predio mais bonito, que cada vez fica mais bonito! 1o com a abertura da Miss Curvy (eheh) e 2o agora que vai ficar de cara lavada
Sim, é o prédio mais bonito da baixa, sim senhor.Acerca do prédio: Na antiga Rua dos Sapateiros em Coimbra (ant. Rua de Montpelier no sec. XV e Rua de Pintadores no século XVI), existe um conjunto de Azulejos estampilhados da Fábrica de Cerâmica das Devesas, do 3º quartel do Sec XIX. De série Geométrico-vegetalista (Padrão de 1x1 (1) de dupla simetria meridional e diagonal. Policromia (cinco cores) aplicada por estampilhagem). Existe um exemplar no Atelier de Conservação e Azulejo da Câmara Municipal de Ovar. O edifício referido é datado de 1898 e foi mandado construir por João Vieira da Silva Lima (1865-?) casado com Guilhermina Mendes Lima, negociante abastado de Coimbra (Tinha a casa Herold & Compª e Anjos & Compª. e vendia adubos, Azeite (que importava de Espanha), cereais e aguardente) Sócio da firma João Vieira e Santos que depois a comprou na totalidade. Estabeleceu uma Fábrica de Refinação de Açúcar, na rua das Padeiras). Viveu na Rua das Padeiras e tinha vários prédios arrendados na Travessa do poço do Conde, na Rua das Padeiras e este na Rua dos Sapateiros em Coimbra.
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