POR MÁRCIO RAMOS
Metro
Mondego, uma marca bem conhecida, pela negativa, dos habitantes do
distrito de Coimbra.
Recentemente, a favor da suspensão para as calendas, tivemos o
anúncio de outro estudo. De estudo em estudo cá se vai adiando a
obra, a meu ver, essencial para os destinos de mobilidade da cidade e
da região. Já muito se falou do Metro Ligeiro de Superfície; as
obras que foram feitas, as que não foram feitas, a destruição de
parte da baixa, os balúrdios despejados pelo cano, enfim, muita
tinta e papel, muitos neurónios já foram e continuam a serem
estafados.
Junto
à Câmara Municipal, supostamente, três prédios tinham o destino
marcado, eram para ir abaixo. Com isto em mente pelos iluminados
administradores da empresa, alegadamente pelo interesse maior do
projecto, encerraram dois estabelecimentos carregados de história,
na Baixa: o restaurante A Democrática e a loja de Brinquedos
Joaninha. Depois, como passe de mágica, deslocalizou-se a farmácia
mais para o lado, para o espaço da desaparecida Joaninha.
Para além disso, neste
espaço em frente à Caixa Geral de Depósitos, há vários anos, foi
cedida, gratuitamente, pela empresa Metro Mondego uma loja à
Associação Desenvolvimento e Formação Profissional, de Miranda do
Corvo, para comercializar produtos endógenos da Serra da Lousã. Ao
que parece, até estava a ter negócio saudável. Subitamente, há uns
meses, tudo se alterou. A Câmara decidiu instalar andaimes e painéis,
a mostrar como iria ficar a prometida obra da futura Avenida Central,
desde o prédio da farmácia até a pastelaria Palmeira. Este acto de
obstaculizar a entrada resultou na perda significativa de clientes o
que levou a fechar o estabelecimento.
Depois desta moldura
predial, muitos pensaram que a via larga entre a Caixa Geral de
Depósitos e o rio ia avançar rapidamente, mas o tempo vai passando
e não se vê sequer um trabalhador a dar uma cavadela.
Se antecipadamente se
sabia que esta importante obra estruturante para a Baixa não ia
avançar porque se insistiu em meter os andaimes? Não era lógico
colocá-los quando já todos os planos estivessem acertados,
incluindo financiamento através dos fundos europeus?
Agora, à espera do que
há-de vir, temos uma estrutura em tubos de ferro forrada a lona só
para dizer que o futuro é já amanhã. Mas em Coimbra o futuro é um
presente envenenado, que se arrasta em direcção ao horizonte sem
fim à vista. Mais um estudo a passar no LNEC, Laboratório Nacional
de Engenharia Civil, -o 17º, creio. Assim continua Coimbra, a cidade
dos estudos.
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