Esta
semana, como já vem sendo hábito, sem pompa mas com circunstância,
abriu mais um estabelecimento Malabar, na Rua Ferreira Borges, no
antigo bazar da Bijou Brigitte. Sem conseguirmos conter um “ahhh!”
exclamativo, não podemos deixar de admirar a coragem, o arrojo, de
Isabel Silva, a empresária de quem se fala em toda a Baixa da
cidade. Ainda no ano passado, em Julho, foi inaugurado outro espaço
no mesmo ramo e com a mesma sigla “Malabar”. Por um lado, porque
é a sétima loja dedicada ao artesanato que abre portas num raio de
100 metros, entre as Escadas de Quebra Costas e o Largo da Portagem,
por outro, porque, consta-se que a renda, de milhares de euros, é
das mais altas praticadas até aqui neste canal constituído pelas
Ruas Visconde da Luz e Ferreira Borges.
Olhos vivos, sorriso
fácil, pragmática, de mangas arregaçadas e pronta a abraçar o
trabalho sem medo, Isabel parece pronta a agarrar o presente
turístico com as duas mãos. Quando lhe pergunto qual o segredo do
seu sucesso, responde-me com frase pronta na ponta da língua:
“trabalho. Muito trabalho! Você conhece-me já alguns anos e
sabe que eu abro as minhas lojas 365 dias por ano -ou 366 quando o
ano é bissexto. Não há segredo nenhum. Nos tempos que correm, que
é de recessão, a única forma de tornear a dificuldade, é lutarmos
com todas as nossas forças. Com a ajuda do meu marido, continuamos
sempre em frente. Como sabe, tão bem como eu, hoje, com tantas
obrigações associadas, ser empresário não é fácil mas não
atiramos a toalha ao chão. “
Continuo a interrogar,
agora na linha da coscuvilhice. A Isabel sabe que desempenho uma
função jornalística. Como tal, tenho de ir ao encontro da
curiosidade dos leitores e, por conseguinte não posso evitar a
pergunta: é verdade que a renda desta sua nova loja é muito
elevada, tendo em conta os preços praticados até agora?
Responde Isabel Silva:
“entendo a curiosidade das pessoas, mas o valor praticado só a
mim diz respeito. É um problema meu e, por isso mesmo, ninguém
ouvirá da minha boca quanto estou a pagar. Já ouvi, para aí,
valores absurdos. Deixem-nos falar. Cada um sabe da sua vida!”
CONSAGRAÇÃO
DA EXCELÊNCIA
Ontem,
sexta-feira, por volta das 11h00, altura em que falei com Isabel
Silva, as Ruas Ferreira Borges e Visconde da Luz rebentavam pelas
costuras, como sói dizer-se, com tantos turistas. Por outro
lado, reparei, todos os estabelecimentos de artesanato tinham
clientes a ver e a comprar. É fácil de ver que estas artérias
largas estão convertidas, em analogia, na Avenida da Liberdade, da
capital. Estão consagradas como via turística de excelência. Por
outro lado ainda, por este afluxo de visitantes, talvez faça sentido
-ou talvez não- os preços pedidos nas rendas de espaços comerciais
nesta zona. Uma coisa é certa, creio, uma vez que este arrendamento
fará doutrina para os proprietários, a partir de aqui nada voltará
a ser igual.
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