Anunciada
em Junho a mudança da Feira de Artesanato Urbano pelo pelouro da
Cultura, dividindo a sua realização pelas ruas largas da calçada e com as praças e largos da denominada baixinha, tudo indica que, mais
uma vez sem passar cartão aos comerciantes da zona envolvente, a
Câmara Municipal de Coimbra arrepiou caminho e voltou atrás.
O Cartaz de apresentação
deste próximo evento, que se realiza no próximo dia 10 de Setembro,
segundo Sábado do mês, apresenta as Ruas Visconde da Luz, Ferreira
Borges e Largo da Portagem como palcos da alegoria.
MAS QUAL FOI A MOSCA?
Uma
ideia do falecido vereador da Cultura Mário Nunes, há vários anos
que o certame funcionava nas ruas largas, entre a Praça 8 de Maio e
o Largo da Portagem.
Com o desemprego a crescer e a
desviar cada vez mais pessoas para as artes,
a consequência deste aumento foi
o espaço ficar cada vez mais repleto e ensanduichado com
vendedores. Esta consequência levou a algum descontentamento de
comerciantes estabelecidos naquelas artérias a entregarem na
autarquia um abaixo-assinado. Argumentavam em sua defesa que, por um
lado, os artesãos, pelo elevado número, lhes tapavam as montras,
por outro, uma vez que concentrava muito público e as ruas
estreitas, em baixo, ficavam vazias de transeuntes, juntando o útil
ao agradável, seria de bom tom, como quem diz de boa-vontade distribuindo o bom e o mau pelas aldeias, o pelouro da Cultura dividir a
festa do artesanato por todos.
Ora, perante a
solicitação popular, o que fez a edilidade na pessoa, presumo, da
vereadora responsável pela pasta? O pior que um político, autista
-sem ofensa para os ditos-, arrogante e que não consulta ninguém,
pode fazer. Sem planear, sem levar em conta os prós e contras, como
quem sabe tudo, ou, no limite, a medida pode ser encarada como uma
espécie de castigo para os peticionários, sem anúncio público, a
feira realizada em Junho desapareceu da calçada e os vendedores
foram colocados em ilhas, nos largos da baixinha. Sem qualquer
indicação para os visitantes, foi assim que foram colocados, quase
uns em cima dos outros, alguns vendedores na Praça do Comércio,
outros nos Largos do Romal, da Freiria e do Poço. O resultado disto
foi que a medida em cima do joelho não agradou a ninguém e, como é
óbvio, só poderia mesmo dar asneira grossa. Isto é, se continuasse nos
mesmos locais, os vendedores de artesanato -que, tal como os
comerciantes tradicionais de rua, são os artistas que animam a
cidade e ninguém lhes paga pelo espectáculo- não compareceriam e
os lojistas, certamente, iriam metralhar o Paço do Concelho.
Então, nesta cidade onde o poder local não faz ideia do que é a
política, não falando com os intervenientes na procura de uma
solução melhor para todos, a resolução foi matar a deslocalização
logo à nascença. E tudo isto num silêncio avassalador. É uma pena
termos responsáveis políticos assim. Em boa verdade também não
vale a pena lamentar. Ipsis verbis, temos o que merecemos!
Sem comentários:
Enviar um comentário