(Foto do jornal Campeão das Províncias)
Hoje,
segunda-feira, durante a manhã, com pompa e circunstância, Manuel
Machado, Presidente da Câmara Municipal de Coimbra, acompanhado de
vários vereadores, apresentou à imprensa, visando o público, os
cinco novos autocarros adquiridos para engrossar a frota dos SMTUC,
Serviços Municipalizados de Transportes Urbanos de Coimbra. Os
veículos, da marca Temsa, tem uma lotação de 107 lugares, cada, e
estão apetrechados com rampa de acesso a cadeira de rodas.
Durante todo o dia, como
peixe fresco a secar ao Sol, as cinco viaturas, por vezes
acompanhadas de motoristas, estiveram expostas no terreiro em frente
à Câmara Municipal.
Pode ler a notícia completa, aqui, no Campeão das Províncias.
UM
ESTRANHO PERFUME NO AR
Sabemos
que todo o procedimento, individual ou colectivo, -mesmo o “dolce
far niente”, agradável ociosidade, ou a negação da própria
política- a começar na educação e acabar nas opções ao longo da
vida, redunda em acto político, na polis, cidade, burgo que
persegue uma perfeição inalcançável. Somos sempre um resultado,
positivo ou negativo, da escolha ideológica dos que nos precederam e
dos que, influenciando, nos acompanham na relação entre o cidadão
e o poder instituído.
Ora, a ser assim, quer
dizer que Manuel Machado, mesmo que não fizesse este foguetório
todo em torno da compra dos novos autocarros, não deixava de estar a
realizar um acto político. Mas, fazendo alarde noticioso do seu
feito, o presidente da autarquia transforma uma mera acção de
tesouraria, de Deve e Haver, em
notório acontecimento público.
Pode
interrogar-se: não pode fazê-lo? Claro que pode. Se na política
ainda houvesse alguma ética, mais que certo, esta declaração de
compra e venda não seria apresentada assim, com todo este show
off, mas com uma simples notícia
em jornal.
Podemos
ainda perguntar: e os que o antecederam foram diferentes no estilo?
Não senhor, se não foram piores -lembro a questão do Metro ligeiro de superfície-, utilizando as mesmas armas de propaganda
panfletária, foram iguais. E aqui é que reside o húmus da questão,
muda a cor mas não muda o procedimento. Ou seja, baralha-se (indo a
votos) para tudo continuar na mesma. A sensação de vazio é enorme.
Perde a política, perde a cidade, perdemos todos.
Está
de ver que o cheiro a eleições anda no ar.
1 comentário:
Bem se estão parados é porque não eram precisos, certo????!!!!
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