Ao
alvorar do dia, por volta das 07h00, algumas ruas da Baixa, na zona
do Largo da Freiria, foram lavadas a jato de água.
Se o contrário, asfalto
muito sujo, é notícia, naturalmente, pelo equilíbrio necessário,
uma acção de limpeza também o deve ser. Por isso mesmo dou conta
do facto.
As
queixas sobre a sujidade nas vias públicas, ruas, ruelas e becos,
são imensas -acusando os serviços de inoperacionalidade-, de tal
modo que até foi assunto há cerca de três semanas na reunião do
executivo.
Eu que escrevo sobre esta
“doença” colectiva, que alastra há vários anos na sociedade
portuguesa, gostava de ver iniciativas camarárias, sobretudo no
verão, no sentido de colocar, por exemplo, desempregados oriundos
dos centros de emprego nas ruas a sensibilizar os residentes e
transeuntes para a necessidade de se respeitar o espaço público,
que é de todos.
É evidente que tudo
deveria começar no berço, na educação, mas, está de ver que os
mais velhos são piores que as crianças e só se conseguirá alguma
coisa através de uma formação teimosa e coadjuvada com coimas. É
uma dor de alma verificar que, em qualquer parte do país, um(a)
fumador(a) que esteja a fumar arremessa a pirisca para o chão. Se
se estiver a comer sentado num banco de um qualquer jardim público,
poucos são os que se levantam para depositar os detritos no espaço
reservado. É uma necessidade absoluta fazer alguma coisa para que se
alterem os (maus) hábitos de muitos portugueses. É evidente que só
com disciplina rígida, elevando a coragem de aplicar coimas, se
conseguirá alterar este estado caótico.
É lógico que o problema
não será transversal a todas as cidades e vilas portuguesas
-algumas que conheço, sobretudo para sul, são um bom exemplo para
as restantes a norte.
Já para não relembrar a
vizinha Espanha. Os seus centros histórico, talvez em maioria, são
um quadro de honra para a Europa.
Quando me lembro da
limpeza urbana vem-me logo à ideia um acontecimento que guardei na
memória. Em 1980, creio, na primeira visita à China de um chefe de
Estado português, coube a Ramalho Eanes fazer as honras da casa
lusa. Então, numa visita, acompanhado de pessoal da imprensa, um dos
jornalistas portugueses acabou de fumar e mandou o filtro para o
chão. Imediatamente um agente chinês obrigou o prevaricador a
ajoelhar e apanhar o resto do cigarro e colocar no reservatório
apropriado -não tenho a certeza, mas esta notícia foi narrada no
desaparecido “O Jornal”.
Como está de ver, passados mais de 35 anos, continuamos os mesmos porcalhões.
Como está de ver, passados mais de 35 anos, continuamos os mesmos porcalhões.
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