segunda-feira, 11 de agosto de 2008

UNS NECESSÁRIOS ÓCULOS



Estou farto de sugerir uns óculos ao meu amigo Armindo Gaspar, presidente da APBC, Agência de Promoção da Baixa de Coimbra. Sempre que nos encontramos, lembro-lhe que a idade não perdoa, e, então no que toca à visão, o tempo é implacável. Palavra que já lhe disse que, se é por questões estéticas e de beleza, com os adornos bifocais, só poderá ficar melhor, vai ficar lindo. Se é por questões financeiras, e na impossibilidade de melhor preço num oculista tradicional na Baixa, recomendo-lhe a Multiópticas, que, segundo a publicidade, se o desconto é igual à idade, logo o meu amigo, que está próximo dos 60 anos de idade, vai pagar uma ninharia. Mas ele é teimoso e insiste em não ir. Depois faz as figuras que vos vou mostrar.
Hoje o DIÁRIO AS BEIRAS, em primeira página, em título de “caixa-alta”, anuncia em parangonas: “COIMBRA -Crise “mata” comércio na Baixa”. Em subtítulo, “Vivem-se tempos de aperto. O excesso de oferta aliado à queda do poder de compra leva à falência de alguns estabelecimentos comerciais. Em tempo de férias, a situação piora.”. No interior, em desenvolvimento, e a determinado passo, questiona o jornalista António Alves: “Motivo para alarme? O presidente da APBC, Agência de Promoção da Baixa de Coimbra, assegura que não. Armindo Gaspar mantêm-se optimista. “Em 50 lojas, estar meia dúzia fechadas, e tendo em conta o contexto económico, não é nada mau”, sublinha. E há mais. Armindo Gaspar garante que muitos dos estabelecimentos fechados vão reabrir, e com “nova cara”.
Continuando a citar o jornal, “O Dolce Vita, o Fórum e o Coimbra shopping não têm problemas. Porém, há quem diga que o cenário não é como parece. Armindo Gaspar afirma que muitas das lojas das grandes superfícies comerciais só não fecham porque os contratos de seis anos não o permitem. Todo o dinheiro investido seria perdido”.
Vamos então por partes. Primeiro, o universo de lojas comerciais na Baixa é de cerca de quinhentas e não cinquenta como refere o meu amigo. Segundo, o número de lojas encerradas nesta parte histórica da cidade são mais de cinquenta. Terceiro, o meu colega comerciante, em vez de se preocupar com os estabelecimentos da Baixa –para isso foi eleito- parece estar receoso com as lojas dos grandes centros de consumo.
Então, digam-me lá, o Armindo precisa de óculos ou não? Está bem, eu sei, podem argumentar que estes lapsos de visão e memória podem não se dever só aos olhos, pode ser Alzheimer. É verdade! Pode ser. Mas, cá para mim, também pode ser da gravata oferecida por Carlos Encarnação, presidente da autarquia conimbricense. É que este laço comprido em forma de cânhamo, adorno social que a todos fica bem, e que qualquer um gosta de receber como presente, para além das cores da coligação, tem um intenso odor a perfume "politicamente correcto".

2 comentários:

Anónimo disse...

o artigo não é do Jornalista António Alves.

LUIS FERNANDES disse...

Muito obrigado pela correcção. Porém, poderia ter indicado o subscritor do artigo.
Como já não tenho o jornal é-me mais difícil chegar até ao autor.
Um abraço e agradecido.