terça-feira, 19 de agosto de 2008

O RETIRAR DA PALAVRA



Segundo o Diário de Coimbra de hoje, em título de primeira página, “Vereador fica sem palavra e demite-se em plena reunião”.
“Álvaro Seco demitiu-se do cargo de vereador responsável pela Protecção Civil e pela Companhia de Bombeiros Sapadores da Câmara Municipal de Coimbra. Eleito pelo PS nas autárquicas de 2005, Seco entregou o pelouro a Carlos Encarnação, depois do presidente do município lhe ter retirado a palavra na sequência de uma discussão, que começou com a abordagem à instalação de uma Central Térmica de Ciclo Combinado de Taveiro, mas que acabou com a co-incineração “metida ao barulho (…)”.
A co-incineração, para além da contestação de que não devem ser queimados resíduos perigosos em Souselas, nesta discussão pueril, com custos elevadíssimos para o ambiente e para o país, que se arrasta há demasiados anos,depois de queimar um executivo (Manuel Machado, 1994-2002), desta vez incinerou um vereador.
Em contracorrente, em minha opinião, a co-incineração tem sido tratada, e aproveitada, em Coimbra, como um problema político, de luta partidária, de interesses pessoais, sem ter em conta os superiores interesses do país.
Entretanto, no vai-e-vem de recursos para o Tribunal Administrativo, a vizinha Espanha, recebendo as milhares de toneladas de lixo tóxico, e esfregando as mãos de contentamento, exclama: “discutam à vontade “portuguesitos”, tenham calma, até chegarem à conclusão que o melhor local de implantação para a co-incineração é Marte, nós recebemos os vossos dejectos de braços abertos…nuestros hermanos!”

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