terça-feira, 19 de agosto de 2008

A PRAÇA DO COMÉRCIO...DE MARROCOS







Está a decorrer na Praça do Comércio, em Coimbra, a feira das cebolas. Pese embora o esforço de Carlos Clemente, o presidente da Junta de freguesia de São Bartolomeu, para revitalizar esta velha alegoria e dar vida a este comercialmente morto centro histórico, a verdade é que poucos o acompanham e entendem a sua luta em prol do comércio e desta zona histórica.
Por outro lado, em minha opinião, esta amostra de feira, com meia dúzia de vendedores a alienar cebolas, acompanhados com dois inestéticos barracões de comes e bebes, uma camioneta da Câmara Municipal estacionada e mais uns popós de uns quantos comerciantes instalados na zona, está completamente desajustada deste encantador lugar de memória. Não faz sentido manter este certame nos actuais moldes. Sou a favor de que deve continuar, mas juntando outros vendedores. Porque não, nestes dias, passar para aqui os vendedores de hortaliças e frutas, que, vindos do campo, diariamente transaccionam no mercado municipal? E porque não juntar artesãos de Coimbra a esta feira das cebolas? Quem lá passar, durante o dia, verifique o ar decrépito, de “coitadinhas”, que representa para o turismo ver num espaço nobre destes meia-dúzia de vendedeiras sentadas no chão a oferecer cebolas. Aproveite também para ver o enquadramento daquelas barracas de vendedores ambulantes (fixos), a imitar Marrocos, junto à igreja de São Tiago.
Desvie um pouco os seus olhos e veja a proliferação de camisolas da selecção a serem vendidas em dois estabelecimentos, que, abusivamente tomaram de assalto o espaço dos peões, e, em contraste, aprecie o conjunto estético que representam neste cenário, em que o tempo não apagou a memória.
Alguém deveria recomendar à autarquia que a paisagem urbana deveria ter regras. Se você, que lê este escrito, conhecer alguém na Câmara, ligado ao centro histórico, recomende que esta situação deve ser urgentemente alterada, o turista, que nos visita, aposto, agradece.

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