sábado, 14 de junho de 2008
QUALQUER LOCAL SERVE PARA ESTACIONAR?
(Com a devida vénia retirei esta imagem de BCantante-Coimbra de outros Tempos. Aqui se prova que a cidade é tradicionalista e não resiste à invasão do pópó)
(Este turista, olhando para o estabelecimento do Presidente da ACIC, deve estar a pensar:"então e tu não fazes nada?")
A Praça do Comércio, em Coimbra, é sem dúvida nenhuma o espaço mais emblemático da cidade. Metaforicamente, é como se fosse um oásis num grande deserto, ou seja, uma grande e encantadora praça no meio de um enorme casario medieval e centenário. Começa lá ao fundo, a sul, com a Igreja de São Bartolomeu. Caminhando em direcção à Rua dos Sapateiros (Eduardo Coelho), encontramos o Pelourinho –podem verificar na foto, se conseguirem…é claro-, uma réplica da Inquisição. Aqui foram torturados e queimados muitos “hereges”, à luz da época das trevas religiosa-inquisitorial. Continuamos a caminhar, do lado esquerdo, entramos no estabelecimento dos Marthas e Cª e, lá dentro, apreciamos as colunas neoclássicas de um antigo hospital. Andamos mais uns metros e entramos no edifício ocupado pela Casa dos Pobres. Lá dentro podemos ver e sentir a vivência de uma antiga hospedaria com muitos séculos gravados nas paredes. Continuamos e, no lado direito, encontramos as belíssimas escadas de São Tiago, que dão acesso às Ruas Visconde da Luz e Ferreira Borges.
Junto às Escadas, a esplendorosa Igreja de São Tiago (que está sempre encerrada, mas isso é outro assunto), um edifício do século XIII, erigido em honra dos caminheiros que se dirigiam a S. Tiago de Compostela.
Poderia falar muito mais, mas, para o propósito que viso alcançar, basta. Esta histórica praça, cheia de encanto e carregada de história é, desgraçadamente, desprezada por todos. É uma espécie de puta rasca, que, por ser tão idosa, todos se servem dela, ninguém lhe paga o serviço, e, para cúmulo, ninguém a respeita.
Começa logo com a autarquia, ao permitir que, durante mais de um ano, permaneçam barracões, em forma de estaleiros, de apoio a obras particulares. Para além disto, licenciou comerciantes de artesanato numa espécie de tendas, que, pelo ar decrépito, transporta-nos para Marrocos, sem ofensa para este país localizado no extremo noroeste de África.
A seguir vem os comerciantes com comércio neste grande largo, que, por comodismo e oportunismo, diariamente, colocam os seus carros de manhã até à noite a ocupar o espaço e a danificar o lajeado de pedra de Ançã e calcária. Atentem nas fotos, nesta miséria de comportamento. Onde pára a Polícia Municipal (PM), perguntarão? Sei lá! Ninguém sabe. Quando foi criada, há mais de um ano, andavam por aqui os agentes e, sem critério, varriam tudo. Tanto fazia que se estivesse a descarregar mercadorias, como se estivesse parado à porta de uma qualquer pensão ou hospedaria a descarregar hóspedes. Lá nisso eram democratas. Não discriminavam ninguém, era sempre a aviar. Claro que alguns comerciantes aborreceram-se, e, vai daí, fizeram exposições a reclamar pelo excesso de zelo. E a PM, como surto migratório de mosquitos, desapareceu para outras paragens.
Agora, passado todo este tempo, temos saudades dela, da PM. Se a virem por aí, digam que gostamos muito dela. Que aquelas nossas reclamações foram só uns arrufozitos infelizes, que já nos esquecemos. Já temos saudades de uma multazita. Vá lá não sejam ressabiados! Venham à Praça Velha.
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